Rubens Rodrigues é jornalista, editor de Cidades do O POVO. Nesta coluna, trata de assuntos ligados a raça, diversidade e direitos humanos
Rubens Rodrigues é jornalista, editor de Cidades do O POVO. Nesta coluna, trata de assuntos ligados a raça, diversidade e direitos humanos
A central de enfrentamento da violência contra a mulher (Ligue 180) recebeu 84,3 mil denúncias entre janeiro e julho deste ano no Brasil. O volume de ligações equivale a um aumento de 33,5% do que foi registrado no mesmo período em 2023. No Ceará o aumento foi de 34,13% com 2.197 denúncias feitas em relação ao mesmo período.
Mulheres negras ou pardas são vítimas mais frequentes no Estado, com 1.207 denúncias no Ligue 180. Sãos os companheiros (ou ex-companheiros) e esposos (ou ex-esposo) delas que mais cometem os crimes, com 738 notificações.
De acordo com o Governo Federal, 1.292 ocorrências foram registradas pela própria vítima. Em 902 dos casos, a violência foi denunciada por uma terceira pessoa.
Conforme os registros da Central de Atendimento à Mulher, o principal cenário das violências ainda é a casa da vítima. Foram 1.012 denúncias nesse contexto no Ceará. A faixa etária com mais ocorrências registradas é a de mulheres na faixa dos 35 aos 39 anos (476).
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Em abril deste ano, a coluna já havia mostrado que as mulheres pretas e pardas estão mais expostas à violência sexual, psicológica e doméstica no País, conforme o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam), lançado pelo Ministério das Mulheres.
Documento mostrou que, no ano de 2022, mulheres negras correspondiam a 59,8% das mulheres entre 20 e 59 anos vítimas de violência no País. Além disso, nos registros do Sinan, os homens são os principais agressores de mulheres.
As mulheres negras formam o maior grupo populacional do Brasil (54,5%), conforme verificou o Censo de 2022.
A ministra das Mulheres Cida Gonçalves destaca que "o 180 tem a característica de ser muito mais preventivo e colaborativo" e que o Ligue 180 está sempre disponível para quem busca mais informações sobre como se proteger. Ela afirma que casos situações de emergência podem ser acionadas diretamente pelo 190.
“Muitas vezes tem um vizinho, uma amiga, que não sabe o que fazer quando vivencia uma situação de violência contra a mulher. O Ligue 180 é essa referência”, completou a ministra por meio da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Conforme o Governo Federal, o Ligue 180 passa por reestruturação e agora atua de forma independente à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. O Ministério das Mulheres informou que a mudança retoma o Ligue 180 como um serviço de utilidade pública essencial ao enfrentamento à violência contra mulheres.
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