Rubens Rodrigues é jornalista, editor de Cidades do O POVO. Nesta coluna, trata de assuntos ligados a raça, diversidade e direitos humanos
Rubens Rodrigues é jornalista, editor de Cidades do O POVO. Nesta coluna, trata de assuntos ligados a raça, diversidade e direitos humanos
Um estudo mostrou que mulheres pretas e pardas que vivem em comunidades têm maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, a exemplo de hipertensão e AVC (acidente vascular cerebral).
Pesquisadores da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) chegaram a esta conclusão no artigo "Estresse psicológico e risco cardiovascular de mulheres em comunidades brasileiras: um estudo transversal", publicado nesta sexta-feira, 28, na revista Cadernos de Saúde Pública.
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Segundo o artigo, são as mulheres pretas e pardas que mais relatam o estresse nas comunidades em comparação às mulheres brancas. Esse sentimento está relacionado a vida doméstica, financeira e social. Também são as mulheres pretas que menos praticam atividades físicas e consomem menos frutas, legumes e vegetais.
Para a pesquisa, que foi realizada em São Paulo no ano de 2017, foram entrevistados 93 mil pacientes de 500 unidades básicas de saúde. O estudo é transversal e é um reflexo do momento em que foi executado.
Das pessoas entrevistadas, 66% eram mulheres. Além das avaliações clínicas, foram coletadas informações sobre estilo de vida, incluindo consumo de frutas, legumes e vegetais, prática de atividade física e tabagismo. Também foi verificada a percepção sobre estresse. A classificação étnico-racial foi autodeclarada.
"Mulheres não-brancas em comunidades brasileiras estão suscetíveis ao aumento de estresse e a um estilo de vida não saudável, o que mostra disparidades do acesso ao sistema de saúde pública", diz o artigo.
"O resultado aponta para a urgência da implementação de ações psicossociais para melhorar a saúde mental das mulheres, especialmente as mulheres pardas e pretas que vivem em comunidades".
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