Praia dos Crush contaminada: conseguiremos pular as ondinhas para 2024?
Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do jornal O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade.
Praia dos Crush contaminada: conseguiremos pular as ondinhas para 2024?
Quase dois meses desde o início do troca-troca de acusações e responsabilidades entre Prefeitura e Cagece, Praia dos Crush fica mais uma vez suja. E no Natal!
Não adiantou. Não teve robozinho Pluvi, videomonitoramento, aterramento, discussão sobre “a culpa é de quem?” ou multa que conseguisse evitar mais uma semana de Praia dos Crush imprópria para banho. No feriado de Natal, um dos poucos em que a maioria dos trabalhadores consegue ter folga , pois o comércio fecha totalmente, foi possível ver inúmeras pessoas tomando banho numa piscininha de, aparentemente, dejetos. A cena é forte e contrária ao que estamos acostumados a ver nas praias de cearenses no meio das férias. Será que quem estiver em Fortaleza para o Ano Novo de três dias conseguirá pular as ondas para entrar 2024 com sorte, longe da poluição?
Quase dois meses desde o início da polêmica que fez o prefeito Sarto (PT) ir às redes atribuir publicamente responsabilidade à Cagece, que, por sua vez, fez coletiva nos dias seguintes para dizer que não era culpada. Quase dois meses depois, no dia 20 de dezembro, os gestores envolvidos na questão (pelo menos cinco pastas do Executivo, um coletivo e duas empresas privadas), além de parlamentares, estiveram junto ao Ministério Público do Ceará (MPCE).
Objetivo era “dar prosseguimento ao diálogo junto aos órgãos corresponsáveis em prol da balneabilidade da orla”. De acordo com informações divulgadas no site da Prefeitura, “ficou definido que, nos próximos 15 dias, cada órgão corresponsável enviará para o MPCE informações sobre suas respectivas atuações no caso”. Contando a partir do dia do encontro, será só depois do Revéillon de três dias a ser realizado na Praia de Iracema, dentro da qual a Praia dos Crush se insere.
Todo esse tempo para que um diálogo previsto no contrato selado entre Prefeitura, contratante do serviço de coleta e tratamento de esgoto de Fortaleza; e Cagece, prestadora deste serviço, aconteça. Está lá, escrito, e deve valer por 35 anos. O POVO trouxe os detalhes dessa relação contratual, destacou obrigações e mostrou que, infelizmente, quase 80% do ano a Praia dos Crush esteve com contaminação fecal.
Quantos dias a mais de areia e mar sujos por irregularidades cometidas por pessoas, passíveis de identificação e penalização, serão necessários até que o diálogo vire resultado? Quantas pessoas começarão a semana se coçando ou com alguma doença gastrointestinal depois de um feriado curtindo o que o Ceará tem de melhor?
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