Paquera virtual e as tantas interpretações do foguinho
clique para exibir bio do colunista
Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do jornal O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade.
Não é apenas o fogo referente à quentura que se sente quando se está perto de alguém pelo qual sentimos algo diferente do usual. Não é só “pronto, este foguinho quer dizer que ele (a) está a fim”, não. Nem é algo propriamente que defina se “somos conversantes”. Sim, existe essa antes de ter a fase “somos ficantes”. E o tal foguinho pode não dizer nada disso. Ou pode dizer tudo isso e muito mais.
Aos desavisados, há guias na internet para orientar se o tal foguinho indica que “você é incrível”, ou se “hoje a noite vai ter”, se “você é uma gata (o)”, ou apenas “que calor é esse”... tem também dicionário de emoji, e nele tem dizendo que foguinho é “usado para significar que algo é legal, incrível, emocionante ou, mais coloquialmente, «pegando fogo». Também pode transmitir que alguém é sexy (ou seja, quente) ou referir-se a outros fogos metafóricos”.
Olhar no olho, sentir o cheiro e se achegar, de forma meio desconcertada, mas com boas intenções, não tem sido mais um dos modus operandi preferidos de quem paquera. O que é paquera, na verdade? É adicionar ao Instagram, curtir X vezes, comentar no feed, estar entre os melhores amigos nos stories, trocar foguinhos, fazer ou receber comentários enigmáticos?
No fim, acho que é aquilo que queremos que seja. Cada geração tem mesmo suas novas formas de viver, o que inclui profissão, sociabilidade e relacionamentos amorosos. E a liberdade, que precisa ser sempre prioridade. Dito isso, acrescento que tive mais esperança no mundo da paquera ao lembrar de uma matéria sobre o Enem 2023, em que candidatos aproveitaram o dia da prova, em que os celulares eram confiscados, para paquerarem pessoalmente. Depois, eles conferiram o nome na lista de presença e procuravam o escolhido pelo Instagram.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.