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Crianças e telas: tecnologia não é uma bruxa malvada que carrega nossos filhos
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Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do jornal O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade.

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Crianças e telas: tecnologia não é uma bruxa malvada que carrega nossos filhos

Aos responsáveis por crianças e adolescentes, cabe limitar o tempo de exposição e postergar o uso das redes sociais. Além de ter interesse pelo que os jovens acessam e conhecer as tantas ferramentas
Tipo Opinião
Adolescentes fazendo uso de telefones celulares (Foto: Pixabay)
Foto: Pixabay Adolescentes fazendo uso de telefones celulares

Não há mais como retroceder. O uso dos aparelhos eletrônicos, principalmente o celular, por crianças e adolescentes já faz parte da vida de muitas famílias brasileiras. Entre a necessidade que a tecnologia impõe, o “alívio” que a tela proporciona aos pais atarefados e o medo pelo efeito desconhecido do virtual, o principal é saber dizer não, limitar o tempo de acesso e postergar o uso das redes sociais.

Em um evento sobre Educação, com futuristas de Inteligência Artificial (IA), marqueteiros, especialistas em inteligência emocional e educadores, o que mais se discutiu foi a forma como vamos lidar com as máquinas e seus poderes. Entendendo que elas não são bruxas malvadas que carregam nossos filhos para o submundo da dependência, do perigo e da falta de socialização.

Na verdade, a compreensão deve ser a de que a realidade virtual ainda não é maior do que a realidade presencial, do que a conversa, a atenção, o cuidado e a proximidade entre crianças e seus responsáveis. Sim, jogos, shorts do TikTok, redes sociais de conversa e os tantos aplicativos disponíveis se guiam por algoritmos que têm a missão de personificar a oferta de quem procura. O que aumenta os riscos de que uma pessoa possa se viciar em consumir o que gosta.

Perda cognitiva, maiores índices de depressão, ansiedade, suicídio… estudos e pesquisas científicas já nos mostram os tantos malefícios. Sabemos que crianças menores de dois anos não devem acessar telas. Que é preciso delimitar um tempo limite de uso para as crianças maiores. Que é imprescindível monitorar a idade certa para que adolescentes estejam inseridos no cruel mundo das redes sociais, onde grande parte do que parece não é.

Entre as tantas tecnologias - IA, internet das coisas, robótica, big data, computação quântica, edição genética, etc, etc, etc - somos nós, humanos, que faremos a diferença. E precisamos saber disso para que então possamos atuar juntos, em casa, entre amigos, nas escolas, no trabalho. O desafio não é acabar com o que as plataformas e ferramentas oferecem e podem se tornar, mas fazê-las trabalharem pelo bem.

E para concretizar sobre isso, o que os especialistas renomados, nacional e internacionalmente, mais destacam é que são as condições humanas de ser empático, ter coragem, saber adaptar-se, pensar de forma crítica, que conseguirão fazer a diferença. São as características que só os humanos, só professores, só pai e mãe, têm disponíveis para oferecer às crianças e aos jovens. E que os farão lidar melhor com todas as muitas mudanças que ainda estão por vir, a maioria completamente imprevisíveis. 

É preciso saber dizer não a uma criança quando ela pede o celular - coisa que os avós dos nossos avós já faziam desde sempre. É preciso experimentar, fazer parte, saber onde esse monte de tecnologia pode ajudar. É estar junto dos adolescentes e saber os aplicativos que eles mais gostam e usam. Não é negar, fugir ou fingir que não faz parte do presente e, principalmente, do futuro. 

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