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Sergio Redes: Retrato em preto e branco
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

Sergio Redes: Retrato em preto e branco

O colunista analisa a estratégia reativa do Ceará
Ceará encara o Brusque na partida da volta pela Copa do Brasil, na quarta-feira, 23 (Foto: Israel Simonton/Ceará SC)
Foto: Israel Simonton/Ceará SC Ceará encara o Brusque na partida da volta pela Copa do Brasil, na quarta-feira, 23

Não morro de amores ao ver o futebol posto em prática pelo time do Ceará. Fico incomodado com o futebol reativo. Antigamente, chamavam essa manobra tática de retranca e os técnicos a utilizavam quando reconheciam estar diante de um time superior.

Outro dia, vi um jogo ao lado de um torcedor alvinegro que gosta de ver seu time atacando e acompanhei seu sofrimento. A bola ia de um lado a outro nos pés do adversário e ele roendo as unhas. Como não conseguiam furar, a defesa a bola voltava novamente ao ponto de partida.

De repente, um jogador alvinegro recuperava a bola e ensaiava o contra-ataque. Não existe nenhuma pesquisa sobre o contra-ataque, mas tenho certeza que escolher as melhores jogadas em alta velocidade não é para qualquer um.

É preciso técnica muito apurada. Daí, a maioria das jogadas de contra-ataque serem inofensivas. Os atacantes técnicos do Ceará não tem velocidade e os que têm não são técnicos. Jogadores técnicos com velocidade são raros. Mal aparecem, vão para o exterior.

Por outro lado, é imperativo que se reconheça o trabalho desenvolvido pelo técnico Guto Ferreira. Uniu o elenco. E compensa a falta da técnica ou da velocidade em alguns jogadores com uma admirável manobra defensiva dobrando e até triplicando a marcação. Os resultados positivos têm aparecido.

Foi campeão da Copa do Nordeste, avança em direção as oitavas de final da Copa do Brasil, vai disputar as finais do Campeonato Cearense e está em nono lugar no Campeonato Brasileiro da Série A. Não me lembro de outra temporada que o Ceará tivesse iniciado tão bem.

O olho clínico do treinador percebeu que, mais importante do que um time técnico de boa posse de bola, seria um time que tivesse força e velocidade. E foi buscar nos reservas de Porangabuçu esse dínamo chamado Fernando Sobral que corre como um Papa-Léguas.

E quer o cronista goste ou não o Ceará montou um time. Aplicado, marcando o tempo todo. Fazendo seus gols de bola parada e, muitas vezes, errando numa simples troca de passes, mas numa entrega solidária ou, como se dizia antigamente, indo na bola como se vai num prato de comida.

 

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