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Vojvoda é o cara
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

Vojvoda é o cara

Nem tudo foram flores, mas sempre contou com a confiança da diretoria, aliás, conquistada por ele, que também recebeu propostas de diversos clubes e sempre cumpriu seu contrato até o fim
Tipo Crônica
Técnico Vojvoda no jogo Fortaleza x RB Bragantino, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro Série A 2024 (Foto: Lucas Emanuel/FCF)
Foto: Lucas Emanuel/FCF Técnico Vojvoda no jogo Fortaleza x RB Bragantino, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro Série A 2024

Teve um tempo na minha vida em que usava chapéu. Para cima e para baixo, o chapéu era meu companheiro inseparável. Perdi a graça e deixei de usar quando estava sentado, almoçando no Bar Luís, no Rio de Janeiro, e encontrei um daqueles amigos de infância.

Olhou para mim, me cumprimentou e, como é próprio de velho amigo, deu o toque. “Tá vendo aquela chapeleira rústica ali, ao lado da porta da entrada?”. Respondi: "Sim!". E continuou: “É para colocar ali. Não se usa chapéu em recinto fechado”. Nunca mais usei chapéu.

Estou com vontade de voltar a usar. Se cruzar com o técnico Vojvoda, quero tirar o chapéu e fazer uma reverência. São muitos os motivos. Quarta-feira passada, 29, na vitória contra o Sportivo Trinidense, ele completou 233 jogos no comando técnico do Fortaleza.

É sempre bom lembrar que um técnico de futebol está sempre com a cabeça a prêmio. O ritual é conhecido por todos nós. Chega, dá entrevistas e se apresenta aos jogadores. Estreia e enquanto for vencendo, tudo bem. Duas ou três derrotas consecutivas, rua!

Esse procedimento não vale para o Vojvoda. Nem tudo foram flores, mas sempre contou com a confiança da diretoria, aliás, conquistada por ele, que também recebeu propostas de diversos clubes do eixo Sul e Sudeste e sempre cumpriu seu contrato até o fim.

Vez por outra, recebe críticas dos torcedores porque não define o time titular. Não tem quem aguente! Campeonato Nacional, Copa do Nordeste e Sul-Americana. Viagens, uma em cima da outra, e a espera nos aeroportos e nos hotéis. O desgaste é enorme.

Impressiona como consegue manter os 36 jogadores do elenco motivados. Embora a maioria não participe do rodízio, não se ouve uma reclamação. Como o Fernando Graziani escreveu no O POVO de quarta-feira, sua liderança é uma marca registrada.

Lembro quando chegou por aqui. Foi morar na concentração e ficou amigo dos funcionários do clube. Alia-se a toda essa trajetória quatro títulos de campeão e participação em competições internacionais. Um jeito de ser humilde, de fino trato e educado que só angariou simpatias. Vojvoda é o cara.

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