Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..
Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..
Nada mais bonito por esses dias do que as águas do rio São Francisco chegando ao açude Castanhão. É um daqueles momentos que trazem felicidade para o cearense, num tempo em que o desgosto tem se multiplicado por causa da dor como fruto da pandemia. Sente esta tristeza quem se importa com o outro e vive o sofrimento dos amigos, parentes ou mesmo daqueles que nunca se viu. Mas a alegria das águas é sentimento de todos os cearenses.
Ver as águas ultrapassando a passagem molhada do Pinguele, onde morreu a Jaguaribara antiga, no encontro para encher nosso maior açude, foi uma bênção. Foi a realização de um sonho sonhado por muitos que nem estão mais por aqui, mas que estão sorrindo por onde estiverem. Água para o cearense é sinônimo de comemoração e festa. É como resume em palavras simples e certeiras o pescador Márcio Moreira, que vive colhendo peixes por aquela região. Ele passou tempos de bonança após a construção do açude e conheceu o aperreio do Castanhão quase morto por quase dez anos de seca. “Eu simbolizo a água como vida, onde tem água a coisa é diferente. Para mim, a água é um símbolo de prosperidade”.
As palavras dele foram colhidas pelo repórter Gabriel Borges e pelo repórter-fotográfico, Aurélio Alves, e contadas no O POVO desta quinta-feira (11/03). Os dois jornalistas foram testemunhas da história registrada antes por muitos outros companheiros ao longo de 15 anos. Repórteres do O POVO como Demitri Túlio e Cláudio Ribeiro caminharam muito por aquela construção, em tantos anos de idas e vindas, para reportar sobre a Transposição de águas do São Francisco. Como isso é importante para a vida.
É essa prosperidade das cheias, dita por Márcio Moreira, que bate o coração do cearense. As águas chegando ao Castanhão é como um dia de chuva. É como barulho dos pingos no telhado. É a alegria de criança ao tomar o primeiro banho passando de biqueira em biqueira. É molhar os pés na água que escorre quando a chuva passou. É como sentir a cachoeira fria chegando forte na cabeça, nos ombros e carregando todos os males do nosso corpo (aliás, estamos precisando disso). É ver a caatinga se transformando do nada, brotando e cobrindo a paisagem com um tapete verdinho de babugem. Esse sentimento é cearense. Celebremos! As águas do São Francisco já, já, enchem o Castanhão.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.