Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..
Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..
Nas minhas andanças para o Interior, tenho observado como a paisagem que passa pela janela do carro muda de acordo com o sentimento que estamos carregando. No entanto, ela continua lá, do mesmo jeito de sempre. No inverno, fica verdinha após as chuvas; no verão, esturricada com alguns poucos pontinhos coloridos. O açude está sempre lá firme, porém, a percepção dele se transforma se estamos tristes ou alegres; se a viagem é para festa ou para despedidas.
O verde das árvores que fica para trás rapidamente, de acordo com a velocidade, pode representar a força da vida que brota da terra e carrega com ela o vigor do nascimento e da esperança; ou melancolia de sentir o tempo passar e tudo se perder rapidamente. Isso só depende do nosso estado de espírito.
O cinza da caatinga em época de estiagem pode trazer boas lembranças da infância. Como a da casa de avós, por exemplo, que era igual àquelas que surgem no horizonte, movendo recordações de tempos felizes cheios de amor e aconchego. O mesmo cenário, com galhos secos das plantações, da montanha pelada, das rochas aparecendo sem a cobertura rala dos arbustos, pode potencializar o abatimento que transborda do tempo vivido naquele instante.
O açude que aparece cheio, com barcos carregando gente voltando da feira na Cidade para as ilhas, com as coloridas sombrinhas abertas para tapar o sol, pode representar a vida em abundância. Mas também pode lembrar as lágrimas que inundam o rosto em dias ruins.
A estrada se desenha como estamos naquele momento. Pode ser de prazer pela expectativa das alegrias dos reencontros ou o esmorecimento pelos desenlaces. A beleza disto tudo é lembrar que nenhum sentimento permanece para sempre. O cenário se transforma como a vida, a nossa visão dele, também. Mudamos diariamente (mesmo sem perceber). É só ter paciência, aceitar e viver a exuberância de cada novo dia.
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