Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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A cidade de Fortaleza amanheceu com diversos pontos de inundação e alagamentos nesta segunda-feira, 13. O fato ocorre na mesma semana em que a Câmara Municipal da cidade pode votar dois Projetos de Lei Complementar (PLC) que extinguem áreas de proteção e recuperação ambiental que buscam prevenir enchentes.
Entre os pontos mais afetados pelas chuvas desta segunda-feira está o bairro Tabapuá, em Caucaia. A BR-222 chegou a ser interditada durante as primeiras horas da manhã devido aos alagamentos. Os pontos ficam a cerca de 6 km das áreas de proteção que podem ser extintas pelos vereadores.
A Defesa Civil da cidade atendeu ocorrência em 20 bairros de Fortaleza devido a inundações. Entre eles Genibaú, Conjunto Ceará e o Álvaro Weyne, bairro vizinho do Presidente Kennedy, onde estão as áreas dos PLCs.
As chuvas que caíram durante a madrugada em Fortaleza superaram os 100 milímetros (mm). Canais transbordaram e casas foram invadidas pela água, moradores dos bairros Genibaú e Conjunto Ceará registraram perdas de móveis e eletrodomésticos.
Os PLCs 28/2022 e 70/2023 de autoria do agora deputado Antônio Henrique (PDT) e do vereador Adail Júnior (PDT), respectivamente, extinguem áreas de proteção e recuperação ambiental próximas ao Parque Rachel de Queiroz.
Os dois PLCs já foram aprovados na Comissão Especial do Plano Diretor e aguardam votação no Plenário da CMFor.
O PLC 28/ 2022 exclui da Macrozona de Proteção Ambiental um quadrilátero localizado na avenida Governador Parsifal Barroso, no bairro Presidente Kennedy, desde 2010 funciona no local um supermercado, apesar de a área integrar uma Zona de Recuperação Ambiental (ZRA).
Já o PLC 70/2023 converte uma Zona de Proteção Ambiental em Zona de Ocupação Urbana, área onde foi instalada em 2023 uma micro-usina de energia solar. O local fica próximo a avenida Bezerra de Menezes.
O vereador Gabriel Aguiar, um dos principais opositores dos PLCs, rebate a tese de pouco “impacto ambiental relevante” que é apontado nas mudanças.
O parlamentar destaca que uma das regiões fica em uma Zona de Proteção Ambiental (ZPA) tipo 1, que é a ZPA específica para recursos hídricos. "Busca proteger áreas de rios, lagoas, nascentes, etc, que é a área de mata ciliar, para impedir enchentes”, afirma.
Por Yuri Gomes - Especial para O POVO
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