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Além de Sobral: Líderes tradicionais sofrem derrotas em Iguatu, Quixadá e Massapê
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Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza

Vertical política

Além de Sobral: Líderes tradicionais sofrem derrotas em Iguatu, Quixadá e Massapê

Cid Gomes, Eunício Oliveira, Zezinho Albuquerque, Agenor Neto e Ilário Marques viram seus redutos eleitorais passarem ou continuarem nas mãos de opositores
Políticos tradicionais sofrem derrotas em seus redutos eleitorais (Foto: Montagem O POVO)
Foto: Montagem O POVO Políticos tradicionais sofrem derrotas em seus redutos eleitorais

A eleição do último domingo trouxe reeleições inéditas, quebra de hegemonias, e políticos tradicionais do Estado amargando derrotas em seus redutos eleitorais. Casos como o de Cid Gomes (PSB) em Sobral, Eunício Oliveira (MDB) em Lavras da Mangabeira, Zezinho Albuquerque (PP) em Massapê, Ilário Marques (PT) em Quixadá e Agenor Neto (MDB) em Iguatu.

Há a possibilidade ainda de adicionar a lista Camilo Santana (PT) com a derrota em Juazeiro do Norte e o “sufoco” no Crato e o grupo de Ciro Gomes em Fortaleza, que perde o comando da cidade após 12 anos. Domingos Filho foi quem passou ileso quanto a permanência no poder no reduto. Tauá segue sob administração de Patrícia Aguiar (PSD), o partido, porém, encolheu de 27 para 15 prefeituras.

O caso mais emblemático é o de Sobral, cidade sob a influência dos Ferreiras Gomes há 28 anos. Na cidade o prefeito reeleito em 2020, Ivo Gomes (PSB) – irmão de Cid e Ciro – lançou a ex-governadora Izolda Cela (PSB) na tentativa de continuar a hegemonia do grupo político no município.

A estratégia, no entanto, não deu certo. Oscar Rodrigues (União Brasil), histórico opositor dos Ferreira Gomes na cidade, venceu com 52,42% dos votos contra 47,58% de Izolda. Uma vantagem de mais de 6 mil votos que encerrou o “reinado” de Cid e dos irmãos.

Em Lavras da Mangabeira, Eunício sofreu sua segunda derrota consecutiva. Após não conseguir reeleger Ildsser Lopes (MDB) em 2020, o deputado federal apoiou no pleito deste ano Jadna Gomes (União Brasil) com seu partido na vice, com Priscilla (MDB). A derrota foi avassaladora, Ronaldo da Madeireira foi reeleito com 81% dos votos. Eunício ainda viu seu partido perder 8 prefeituras e cair de 17 em 2020 para 9 em 2024.

No caso de Zezinho, a disputa em seu reduto eleitoral é familiar. Ele apoiou a filha, Aline Albuquerque (Republicanos), candidata à reeleição, contra Ozires Pontes (PSDB), candidato apoiado por seu outro filho, o deputado federal AJ Albuquerque (PP). Em votação apertada, Ozires teve 106 votos a mais que Aline. Apesar do revés, o PP de Zezinho se tornou a quarta maior força do Estado e viu o número de prefeituras crescer de 10 em 2020 para 13 em 2024.

Em Quixadá, Ilário Marques sofreu nova derrota, após não conseguir ser reeleito em 2020 e perder o comando da cidade para Ricardo Silveira, o ex-prefeito lançou o filho, Victor Marques (PT), para tentar barrar a reeleição de Silveira. A estratégia culminou em uma derrota com quase 20 mil votos de diferença. Ricardo teve 69,24% e Victor 30,76% dos votos.

Em Iguatu, Agenor Neto foi outro novamente derrotado, apesar da euforia por uma possível vitória do neopetista Ilo Neto (PT), filho de Agenor, quem levou a melhor foi Roberto Filho (PSDB) por uma diferença de pouco mais de 2 mil votos. Agenor tentou em 2020 voltar ao cargo que ocupou entre 2004 e 2012, mas sem sucesso. No pleito deste ano lançou Ilo em uma costura amarga para o PT de Iguatu, que filiou o candidato a contragosto de muitos da sigla.

O fato curioso é que a diferença entre Ilo e Roberto Filho foi o número de votos de Sá (PSB), que chegou a ser lançado pelo PT da cidade como candidato, mas foi preterido pela direção estadual, que decidiu por Ilo Neto. Sá se lançou candidato pelo PSB de Cid e foi o terceiro mais votado na cidade, com 2.031 votos. De quebra, Agenor viu Adil Júnior (PSB), seu desafeto, ser reeleito em Quixelô, município vizinho de Iguatu e que já foi comandado por José Ilo, pai de Agenor.

Concunhado de Camilo Santana, Fernando Santana (PT) foi derrotado e viu Glêdson Bezerra (Podemos) quebrar um tabu de Juazeiro do Norte, o de nunca ter reeleito um prefeito. Bezerra teve 53,23% dos votos contra 45,21% de Santana. Apesar do município não ser o berço político de Camilo, que apesar de nascido no Crato fez carreira em Barbalha, a derrota é considerada como uma demonstração de força da oposição ao grupo do ministro da Educação.

No Crato, André Barreto (PT) viu Dr. Aloísio (União Brasil) largar na frente e se manter em primeiro por algum tempo, mas próximo do fim da apuração Barreto passou e manteve o PT com o comando da cidade. Em Barbalha a vitória do aliado de Camilo foi mais tranquila, Guilherme Saraiva (PT) foi reeleito com 58,19% dos votos.

Por fim, em Fortaleza, o grupo pedetista de Ciro Gomes e Roberto Cláudio amargou uma derrota histórica. O prefeito e candidato à reeleição, José Sarto (PDT), ficou na terceira colocação e se tornou o primeiro prefeito da Capital a não conseguir reeleição, pior, ficou de fora até do segundo turno. O revés pôs fim a 12 anos de gestão do PDT em Fortaleza e a perda da maior cidade comandada pelo partido a nível nacional.

 Por Yuri Gomes - Especial para O POVO

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