
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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Esquema investigado em ação que motivou busca e apreensão em endereços ligados ao deputado Júnior Mano (PSB) nesta terça-feira, 8, envolveria uma operação de desvio de emendas parlamentares, “inclusive de terceiros”, mediante a exigência de um retorno financeiro na ordem de 12% para os investigados.
Em decisão autorizando as oitivas contra o deputado, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destaca informações contidas em inquéritos da Polícia Federal sobre o caso apontando “participação central do deputado federal Júnior Mano como figura estruturante de uma organização criminosa voltada à utilização indevida de recursos públicos e à manipulação de processos eleitorais em diversas cidades”.
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O caso contaria com articulação do prefeito de Choró, Bebeto Queiroz (PSB), cassado pela Justiça Eleitoral em abril deste ano e foragido desde novembro do ano passado. Ainda de acordo com inquéritos citados na decisão, o grupo destinava emendas – inclusive de terceiros – para “prefeituras previamente cooptadas” e exigia o valor de 12%, que era chamado de “imposto” ou “pedágio”, em uma “prática institucionalizada de corrupção”.
A investigação cita “robusto acervo probatório” dos desvios, com áudios informando, em tempo real, sobre a liberação de recursos e da expectativa de retorno financeiro. “Indicando sua ciência e chancela aos ilícitos. Há referência expressa de que verbas oriundas de seu gabinete seriam destinadas à compra de apoio político, ao financiamento oculto de campanhas e ao pagamento de influenciadores e jornalistas”, destaca.
"Além disso, análise dos padrões comportamentais dos membros da organização evidencia uma conduta reiterada de obstrução à Justiça, como a tentativa de destruição de aparelho celular por parte de Bebeto, o uso de celulares de terceiros por Marcondes Jucá e a exclusão sistemática de mensagens. Tais práticas reforçam a necessidade de medida cautelar", reforça ainda a investigação.
Deputado nega envolvimento com irregularidades
Em nota à imprensa, Júnior Mano afirmou não ter "qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos". O parlamentar disse confiar nas instituições e ter convicção de que, ao fim da apuração, "a verdade dos fatos prevalecerá, com o completo esclarecimento das circunstâncias e o reconhecimento de sua correção de conduta".
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