Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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A bancada do Psol na Câmara Municipal protestou nesta quarta-feira, 19, contra “superemenda” articulada por 34 vereadores que altera o projeto de lei do novo Plano Diretor de Fortaleza. “É uma emenda que só traz retrocessos, não traz avanços”, resume Gabriel Aguiar (Psol), que convocou protestos contra a medida.
“É uma emenda que atende apenas aos interesses da especulação imobiliária, das construtoras. Daqueles que enxergam o solo urbano como mercadoria, que olham a cidade e só veem uma coisa, dinheiro. Essa emenda é a vitória deste campo, e desfaz o trabalho do processo participativo e dos técnicos sérios envolvidos”, afirma ainda.
Afirmando que a emenda contradiz discurso de sustentabilidade apresentado por líderes cearenses que participaram da COP30 em Belém, o vereador cobra ainda o prefeito Evandro Leitão (PT) sobre o tema. “Concordando ou não concordando com o texto da emenda, tem um alinhamento entre a base do prefeito, que assinou a emenda”, diz.
A vereadora Adriana Gerônimo (Psol) também condenou o texto apresentado pela Câmara, chegando a classificar a proposta como “emenda do fim do mundo”. “É uma emenda muito ruim, não veio nem com mapas de quais vão ser as áreas vão ser mais afetadas, a gente está tendo que colocar nos mapas. Afeta inclusive ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social) de Favela, são muitos ataques graves”, afirma.
A vereadora também destaca apoio em peso da base de Evandro à medida, cobrando resposta do petista sobre o tema. “É revoltante que a base (do prefeito) esteja articulada para alterar o texto. E essa emenda tem mais de cem páginas, ou seja, descaracteriza o plano como um todo. É um retrocesso imenso e aconteceu pelas mãos da base governista”, afirma.
Na manhã desta terça-feira, 18, vereadores de Fortaleza fizeram longa reunião para oficializar a emenda coletiva na presidência da Câmara Municipal. O encontro, a portas fechadas, durou mais de três horas, atrasando o início da sessão legislativa. Logo após o encontro, o presidente da Casa, Leo Couto (PSB), destacou o teor da proposta em entrevista coletiva.
"A gente resolveu fazer uma emenda, que eu acho que é a emenda do equilíbrio. A gente não pode, obviamente, aprovar tudo do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), nem tudo dos movimentos sociais. É para ter um equilíbrio para a cidade, dos empresários, para que a cidade tenha um crescimento ordenado", afirma Couto.
“A ideia foi essa, receber as demandas de todos os vereadores e aí fizemos, compilamos essas emendas e decidimos todos juntos fazer uma emenda coletiva, essa emenda do equilíbrio. É tanto que nós temos praticamente todos os partidos, inclusive oposição”, diz, destacando assinaturas dos opositores Soldado Noélio (União) e Jorge Pinheiro (PSDB). (com Camila Maia - Especial para O POVO)
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