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No Ceará, quase metade do total de focos de calor em 2019 foram só no último mês
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No Ceará, quase metade do total de focos de calor em 2019 foram só no último mês

Os maiores registros de foco no Estado são nos municípios Cedro, Farias Brito e Icó
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Principais focos de queimada no Ceará são em Cedro, Farias Brito e Icó (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima Principais focos de queimada no Ceará são em Cedro, Farias Brito e Icó

Em menos de um mês, 261 novos “focos de calor” foram registrados no Ceará. O dado representa 44,5% do total de focos observados este ano (586) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O monitoramento nacional, atualizado diariamente, dá conta de que os municípios onde mais se detectou essa alteração no Estado foram Cedro e Farias Brito.

Segundo Leonardo Borralho, coordenador do Programa de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais (Previna) do Governo do Ceará, focos de calor nem sempre se configuram em focos de queimada (que podem ser controlados) ou em incêndios florestais. “O satélite (do Inpe) detecta qualquer radiação nesse sentido, desde queimadas ou incêndios, até mesmo a metais de um ferro velho ou formações rochosas super aquecidas”, explicou.

Como o Estado controla queimadas e combate incêndios florestais.

Por causa disso, para que o Estado oriente corretamente os esforços no controle de queimadas e combate aos incêndios florestais, é preciso validar em campo as informações do monitoramento. “Retirando os possíveis ‘falsos focos de calor’, os reais e potenciais focos estarão associados às condições naturais do território, de predominância do clima semiárido, bem como relacionados ao uso e ocupação do solo, como práticas agrícolas inadequadas e limpeza urbana de terrenos e lixo com uso irregular do fogo”, continuou Borralho.

Na manhã do último domingo, 15, um incêndio florestal de grandes proporções alcançou uma área de mata da cidade de Barro, no Cariri, e se alastrou por mais de 20 quilômetros. Segundo o especialista, vinculado à Secretária do Meio Ambiente (Sema), embora não seja possível afirmar que queimadas e incêndios florestais estejam aumentando, regiões como o Sertão dos Inhamuns, o Médio-Jaguaribe e o Centro-Norte do Estado são historicamente mais propensas ao risco de incêndios. “Áreas em processo de desertificação têm maior vulnerabilidade”.

 

 

No último dia 25 de agosto, O POVO publicou que o Ceará tinha 365 focos de calor registrados e que, por isso, estava posicionado entre os quatro estados nordestinos mais afetados. Hoje, o Estado permanece na mesma posição, atrás apenas do Maranhão (8.529), Piauí (4.860) e da Bahia (3.243). No restante do País, a situação se agrava no Mato Grosso (24.039), Pará (15.308), Amazonas (10.040), Tocantins (9.839) e em Rondônia (9.157).

Ceará é o quarto estado do Nordeste com maior registro de incêndios em 2019, aponta Inpe.

 

Entenda a diferença entre:

Foco de calor

É um alerta de radiação infravermelha que pode ser ou não uma queimada ou incêndio florestal. A diferença entre queimada e incêndio florestal é que a queimada é uma atividade humana restrita a um espaço específico, determinado.

Queimada

Queimadas são atividades humanas restritas a um espaço específico, determinado. Algumas são controladas e até autorizadas, desde que solicitadas à Superintendência do Meio Ambiente (Semace) e observadas normas e condições previstas na Lei Complementar número 175 de 12 de dezembro de 2017.

Incêndio florestal

É a propagação do fogo sem controle em qualquer tipo de vegetação.

Fonte: Leonardo Borralho, coordenador do Programa de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais (Previna) do Governo do Ceará.

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