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59,6% dos cearenses não têm acesso a saneamento básico, diz IBGE
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59,6% dos cearenses não têm acesso a saneamento básico, diz IBGE

Estudo divulgado ontem mostra ainda que no Ceará 76,4% das pessoas têm restrições de serviços básicos
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 (Foto: Arquivo Agência Brasil)
Foto: Arquivo Agência Brasil

É de 76,4 o percentual de cearenses que moram em uma residência com restrição de algum direito básicos. E o direito mais ausente é o acesso a saneamento básico: 59,6% dos cearenses possui pelo menos uma deficiência no serviço. O dado é mais um trazido pelo estudo Síntese de Indicadores Sociais — Uma análise das condições de vida da população brasileira 2019, divulgado na manhã de ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

 O levantamento do IBGE levou em consideração restrições a cinco direitos básicos: educação, proteção social, condições de moradia, além de serviços de saneamento básico. Em média, o cearense tem 1,4 restrições a esses itens. No País, essa média é de 1. "Cabe ressaltar, porém, que esses são apenas alguns tipos de inadequações e não esgotam todos os tipos de restrições ao direito a moradia adequada enfrentados pela população brasileira", diz trecho relatório. Os dados se referem à edição de 2018 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).

No saneamento básico cearense, a principal dificuldade é a ausência de esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial. São 58,2% os cearenses sem acesso ao serviço. "Essa situação é ainda mais preocupante quando se leva em conta que esse indicador se refere apenas à coleta, e não necessariamente ao tratamento - ou seja, ainda que um domicílio tenha seu esgoto coletado por rede, não necessariamente o mesmo passará por tratamento antes de atingir um corpo d'água (rios, mares, lençóis subterrâneos etc.)." A ausência de abastecimento de água por rede geral atinge, por sua vez, 21,3% da população do Estado. Por fim, 18,1% não tem coleta de lixo, direta ou indireta. O Estado fica abaixo da média nacional nesses três quesitos de saneamento básico. Em média, no País, 37,2% tem restrição a pelo menos um desses serviços.

O Ceará ainda viu piorar as restrições a saneamento básico na comparação com os dados de 2017. Naquele ano, 58,3% dos cearenses tinham algum tipo de restrição com relação a esse serviço — 1,3 ponto percentual a mais que 2018. Apesar disso, o Ceará apresentou melhoras nos outros quatro indicadores básicos levados em consideração pelo IBGE. Acesso à internet foi o que apresentou a maior variação, saindo de 37,9% os moradores sem acesso para 31,7% de moradores. Em educação, a variação foi de 32,9% para 31,8%; proteção social, de 4,2% para 4%; e condições de moradia, de 14,9% para 14%. Além disso, em 2017, era 77,6% da população com algum tipo de restrição, contra 76,4% do mais recente levantamento.

Em análise, o IBGE apontou uma "forte correlação" entre pobreza monetária e as precariedades e vulnerabilidades nas condições de moradia. Porém, também constatou — tanto em relação às inadequações habitacionais como em relação à ausência de saneamento —, as proporções registradas são maiores entre pretos e pardos do que entre brancos. Outras características socioeconômicas e demográficas dos moradores a impactar nessas condições são níveis de instrução e trabalho informal. Também são maiores as proporções registradas entre os mais jovens.

Frequência

Apenas um a cada cinco jovens entre 18 e 24 estuda no Ceará. Entre 15 e 17 anos, 73,4% estudam, proporção que cai para 20% na faixa etária que vai dos 18 aos 24. A variação de jovens que deixam de estudar aos 17 anos é de 73%, conforme o IBGE

 

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