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Expectativa de vida no Ceará de 74,3 anos é menor do que a do Brasil
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Expectativa de vida no Ceará de 74,3 anos é menor do que a do Brasil

Ceará tem a 12ª menor expectativa de vida do Brasil em 2018. Santa Catarina é o estado com melhor projeção
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O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou dados. (Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL)
Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou dados.

A expectativa de vida em 19 estados brasileiros em 2018 foi menor que a média registrada pelo País, de 76,3 anos. A projeção geral foi puxada por oito estados do Sul, Sudeste e Distrito Federal. Santa Catarina manteve a condição de Estado com a maior expectativa de vida ao nascer no País. Na média entre homens e mulheres, os catarinenses nascidos no ano passado têm expectativa de viver até 79,7 anos, enquanto no Maranhão, estado com a pior condição, o número ficou em 71,1 anos.

A projeção da expectativa de vida para a população total do Ceará, 12ª menor do País, é de 74,3 anos, um aumento de 2 meses e meio em relação ao estimado para 2017, quando a prospecção foi de 74,1 anos. O acréscimo é menor em relação ao Brasil. A esperança de vida do brasileiro cresceu três meses e 4 dias no ano passado em relação ao anterior e passou a ser, em média, 76,3 anos.

Quando recortado por gênero, a população masculina cearense registrou aumento de 2 meses e 16 dias passando de 70,1 anos em 2017 para 70,3 anos, em 2018. As mulheres tiveram ganho similar. Há dois anos, a expectativa de vida ao nascer era de 78 anos se elevando para 78,3 anos no ano passado.

No País, a expectativa para os homens subiu de 72,5 anos em 2017 para 72,8 anos em 2018. Já as mulheres saíram de 79,6 para 79,9 anos. Os dados fazem parte da Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil - 2018, divulgada ontem, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, a expectativa de vida das mulheres é maior por causa da violência. Em 2018, um homem de 20 anos tinha 4,5 vezes mais chance de não completar 25 anos do que uma mulher no mesmo grupo de idade, fenômeno que pode ser explicado "pela maior incidência dos óbitos por causas externas ou não naturais, que atingem com maior intensidade a população masculina".

A professora de enfermagem da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Thereza Magalhães, diz que a situação não é ruim. Ela pontua que os desafios são maiores para essas regiões que estão abaixo da perspectiva do País. No caso do Ceará, ela destaca como fator positivo, o aumento da escolaridade, a ampliação da quantidade de unidades de saúde e do horário de atendimento, por exemplo. Por outro lado, ela aponta a desigualdade geográfica como fator agravante.

"Não adianta ter o melhor remédio, se a pessoa não pode comprar ou receber. Têm pessoas que ganham um salário mínimo, moram de aluguel. O que vai sobrar desse dinheiro para ela comer? Fatalmente, ela vai ser uma pessoa mais exposta às doenças", considera. Thereza pontua ainda que a distribuição de renda no país sempre priorizou os estados que puxam a perspectiva de vida do País.

1940 x 2018

Mulheres

A mortalidade feminina no período fértil, de 15 a 49 anos de idade, também diminuiu entre 1940 e 2018. Em 1940, de cada cem mil nascidas vivas, 77.777 iniciaram o período reprodutivo e, destas, 57.336 completaram este período, enquanto, em 2018, de cada cem mil nascidas vivas 98.467 atingiram os 15 anos de idade. Dessas, 94.483 chegaram ao final deste período. "Logo, a probabilidade de uma recém-nascida completar o período fértil em 1940, que era de 573‰, passou para 945‰ em 2018.

Sobremortalidade masculina

Em 1940, o fenômeno da maior mortalidade da população masculina em relação à feminina, chamado de sobremortalidade masculina, não era registrado no Brasil, o que, na visão do IBGE, está relacionado com o processo de urbanização e metropolização do Brasil.

Expectativa de vida

O aumento entre 1940 e 2018 foi de 30,8 anos, chegando a 76,3 anos. Em 1940, a média era de 45,5 anos, sendo 42,9 para homens e 48,3 anos para mulheres. Nas duas décadas seguintes, houve praticamente a redução pela metade na taxa bruta de mortalidade, que é o número de óbitos de um ano dividido pela população total em julho daquele mesmo ano. Esse índice caiu de 20,9 óbitos para cada mil habitantes para 9,8 por mil. A expectativa de vida ao nascer em 1960 era de apenas 52,5 anos.

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