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Más condições da CE-155 geram queda de até 40% na produtividade dos veículos
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Más condições da CE-155 geram queda de até 40% na produtividade dos veículos

| Rodovias | Os 20 km que ligam o Complexo Industrial e Portuário do Pecém à BR-222 estão em obras há cinco meses. Pela via, trafegam mais de 3,5 mil veículos diariamente
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ACESSO PRECÁRIO embora acordo tente consolidar Porto como hub marítimo (Foto: MAURI MELO)
Foto: MAURI MELO ACESSO PRECÁRIO embora acordo tente consolidar Porto como hub marítimo

Enquanto quem vai da Capital para as praias do Pecém como turista encontra uma CE-085 em boas condições, apesar de ondulações no pavimento, a situação daqueles que precisam chegar ao Porto pela CE-155 é bem diferente. A estrada por onde trafegam diariamente uma média de 3.582 veículos apresenta muitos buracos e trechos já quase sem asfalto.

"Hoje estou com uma fila de caminhões com problemas na suspensão e pranchas quebradas. Todo dia é uma luta, é um equipamento quebrado", relata Rogério Souza, gerente operacional de uma transportadora que leva pás eólicas para o Porto. O cenário é corroborado pelo caminhoneiro Cláudio Abílio para quem "a situação (da CE-155) está precária".

As más condições na rodovia geram queda de 40% na produtividade dos veículos e 35% de aumento nos custos do setor segundo estima o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Estado do Ceará (Setcarce). "Se antes eu conseguia dar três ou quatro viagens, hoje eu dou duas, quando muito. Então a gente precisa de uma demanda muito maior de veículos para transportar o mesmo volume de carga", relata Marcelo Maranhão, diretor do Sindicato.

 O aumento é sentido também pelas empresas que dependem do Pecém para exportar e importar, como é o caso da Itaueira Agropecuária, que importa insumos para plantação de melões no Estado. "Hoje não exportamos por ali, mas recebemos fertilizantes, defensivos etc, e sentimos o custo no frete mais caro", conta Otávio Viana, assistente da diretoria da empresa. Para ele, uma possível solução seria a instalação de pedágios. "É melhor termos um custo maior e termos boas estradas do que ter um custo alto e ainda não ter estrada", opina.

A Agrícola Famosa tem mais de 3 mil containers com melões e melancias saindo do Pecém por ano. "As condições não impediram que a gente exportasse por lá, mas aumentaram o custo do frete e a fruta dá uma chacoalhada, o que não é bom", explica Luiz Roberto Barcelos, CEO da empresa e presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas). "O Porto tem toda condição para se tornar um hub, mas para isso as estradas precisam melhorar, sem dúvidas. "

 

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