Há exatos 10 anos, foi sancionada a Lei nº 12.289, que criou a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Com o objetivo de promover intercâmbio cultural, científico e educacional, a Unilab nasceu para contribuir com uma maior integração entre o Brasil e os demais países de língua portuguesa, em especial os africanos. Uma década depois, 2.476 estudantes já foram formados em cursos de graduação e 1.780, na pós-graduação, nas modalidades presencial e à distância.
Recentemente, a Unilab atingiu o posto de segunda melhor universidade do Ceará no Índice Geral de Cursos (IGC), do Ministério da Educação (MEC), e a 10ª posição dentre as universidades do Norte/Nordeste.
Sancionada no mesmo evento da sanção do Estatuto da Igualdade Racial, a Unilab foi inaugurada no ano seguinte à sanção presidencial, em maio de 2011. A criação de uma universidade em Redenção, a 55 quilômetros de Fortaleza, buscava também "servir de motor para o desenvolvimento da região", segundo Paulo Speller, primeiro reitor da Unilab, em exercício entre 2010 e 2013.
Ao longo desta década, houve impacto, por exemplo, na infraestrutura da cidade, que tem história atravessada pela luta abolicionista. "Esse é o papel da interiorização também. Quando uma universidade vai para o Interior, acaba estimulando, abre frentes, e a região muda."
Presente no Ceará e na Bahia, a Unilab possui cinco campi. Quatro deles estão localizados no Maciço de Baturité e o quinto, no Recôncavo Baiano. Ao todo, são 24 cursos de graduação presenciais e um no modelo de ensino à distância. Já na pós-graduação, a universidade tem oito mestrados presenciais e oferta três cursos na modalidade à distância.
O reitor Roque Albuquerque, nomeado em março último, ressalta a contribuição que a Unilab deu ao longo desta década ao produzir pesquisas acadêmicas que fogem da perspectiva do eurocentrismo. "Uma nova metodologia que inclui, sem exclusão de outras, pesquisas voltadas para África e outros povos tradicionais", observa. Ele destaca ainda a grande quantidade de estudantes estrangeiros formados pela instituição: "Em termos proporcionais, somos a maior universidade internacional do Brasil".
Atualmente, a Unilab como as demais instituições de ensino do País enfrenta o desafio manter as atividades em meio à pandemia. Na última sexta-feira, 17, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) aprovou o Período Letivo Excepcional (PLEx), que terá início em 24 de agosto, com duração de oito semanas para a graduação, e a retomada do Semestre Letivo 2020.1 para a pós-graduação stricto sensu.
As resoluções aprovadas estão em fase de elaboração e devem ser publicadas nos próximos dias. Mas já foi divulgado, por exemplo, que ao longo das quatro semanas propostas para o semestre suplementar, poderão ser ofertados cursos, disciplinas optativas, oficinas e outras atividades. Os estudantes não vão perder auxílios por não aderirem à medida, que visa contemplar principalmente os concludentes. O semestre oficial, na universidade, deve ter início quando todos os estudantes tiverem acesso à internet e a equipamentos.
Ao todo, 3.720 alunos têm recebido auxílio financeiro durante os meses da pandemia de Covid-19, sendo 1.901 estudantes pelo Programa de Assistência Estudantil (Paes) da Unilab, 1.578 contemplados com ajudas de custo e auxílio emergencial e 241 indígenas e quilombolas inseridos no Programa Bolsa Permanência, do Ministério da Educação (MEC). Segundo assessoria, foram investidos R$ 1.125.060 em ajudas de custo e auxílios emergenciais desde março. (Com Marcela Tosi)
Perfil da Unilab
- A Unilab está presente no Maciço de Baturité (Ceará) e no Recôncavo Baiano (Bahia)
- No Ceará, a universidade com conta 4 campi: Campus da Liberdade (Redenção), Fazenda Experimental Piroás (em Barra Nova, Redenção), Campus das Auroras (entre Redenção e Acarape) e Unidade Acadêmica dos Palmares (Acarape)
- Na Bahia, fica o Campus dos Malês, na cidade de São Francisco do Conde
Ensino presencial
- A universidade tem 4.619 matriculados em 24 cursos de graduação
- Destes, 3.463 são estudantes brasileiros
- Os estudantes internacionais somam 1.156
- Graduação:
Humanidades (Ceará e Bahia), Pedagogia (Ceará e Bahia), Enfermagem, Administração Pública, Agronomia, Engenharia de Energias, Letras - Língua Portuguesa (Ceará e Bahia), História (Ceará e Bahia), Letras - Língua Inglesa, Ciências Biológicas, Sociologia, Ciências Sociais (Ceará e Bahia), Química, Matemática, Relações Internacionais (Bahia), Física, Engenharia da Computação, Farmácia, Antropologia, Letras - Língua Inglesa, Ciências da Natureza e Matemática
- A pós-graduação conta com 8 cursos e 178 estudantes, sendo 165 brasileiros e 13 estrangeiros
- Mestrados em Sociobiodiversidade e Tecnologias Sustentáveis; Enfermagem; Ensino e Formação Docente; Energia e Ambiente; Matemática em Rede Nacional; Antropologia; Estudos da Linguagem e Mestrado Interdisciplinar em Humanidades
Ensino à distância
- São 232 estudantes, todos brasileiros, matriculados no curso de graduação em Administração Pública, ofertado em polos do Ceará e Bahia
- A pós-graduação conta com os cursos de Gestão em Saúde, Saúde da Família e Segurança Alimentar e Nutricional, com 140 alunos; 138 deles são brasileiros
Pesquisa e extensão
- A Unilab conta com são 1.096 projetos de pesquisa, sendo 858 encerrados e 238 vigentes, envolvendo 1.423 bolsistas e 110 grupos de pesquisa
- Na Extensão, somam-se 663 projetos, dos quais 104 estão vigentes, e 288 ações, no Ceará e Bahia, com 1.080 participantes — entre bolsistas, colaboradores internos e voluntários.
Egressos
- A Unilab tem 2.219 egressos de cursos presenciais e 257 egresso de cursos a distância na Graduação
- São 1.657 brasileiros e 819 estrangeiros
- Na pós-graduação, são 155 egressos de cursos presenciais e 1.625 de cursos ofertados à distância
Servidores
- São 328 servidores técnico-administrativos e 379 docentes, sendo 365 efetivos
- 96,83% dos docentes têm doutorado
- Entre os professores, 55,94% são mulheres e 44,06% são homens