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Retomada de atividades deve ser um compromisso coletivo, afirmam especialistas
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Retomada de atividades deve ser um compromisso coletivo, afirmam especialistas

Na estreia da 14ª edição do programa O POVO Quer Saber, médicos e psicóloga alertam para os riscos de aglomerações em Fortaleza
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JORNALISTA Maísa Vasconcelos e convidados no primeiro programa da 14ª edição (Foto: Reprodução/Facebook)
Foto: Reprodução/Facebook JORNALISTA Maísa Vasconcelos e convidados no primeiro programa da 14ª edição

Já se vão 120 dias desde o decreto do isolamento social no Ceará como forma de prevenir e combater o avanço do novo coronavírus. Diversas mudanças tiveram de acontecer individualmente e em toda a sociedade. Há quase dois meses, o Governo iniciou a retomada de atividades em todo o Estado e cada vez mais a sensação é de que a Covid-19 acabou. Pelo menos, é isso que se percebe olhando para as praias, ruas e ônibus lotados em Fortaleza.

Em meio a esse cenário, muito se questiona sobre a não abertura de bares e escolas ao mesmo tempo em que tantas pessoas voltam ao trabalho presencial e outras tantas decidem passar o fim de semana nas areias da Capital. Esses aspectos estão relacionados com as possibilidades de manter a qualidade de vida durante e após a pandemia e foram debatidas na edição de 2020 do programa O POVO Quer Saber, que estreou ontem, 27, na rádio O POVO CBN.

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O infectologista Keny Colares, um dos convidados para o debate explica que a transmissão do vírus depende de diversos fatores. Entre eles estão a quantidade de pessoas no mesmo espaço, a falta de ventilação no ambiente, o tempo de permanência no local e o comportamento dos indivíduos, "se estão falando, gritando ou cantando", exemplifica. "Juntando essas variáveis, já dá para imaginar por quê um bar e uma sala de aula têm um risco maior. Se voltarmos a ter um aumento de casos, vamos ter que dar passos para trás."

"Esse tem sido um momento de muita ressignificação, porque estamos passando por muitos lutos, sejam eles simbólicos ou reais. E, com a impossibilidade de fazer os rituais de despedida, podemos observar algumas questões", aponta a psicóloga Eveline Câmara. Para ela, as mudanças impostas para o luto na pandemia podem ser uma das explicações para o desrespeito ao isolamento social. "Quando a gente não realiza o luto é como se a situação não tivesse acontecido", expõe.

O médico do trabalho Alexandre de Lima Santos enfatiza que "o retorno seguro e gradual não é homogêneo; ele necessita trazer as especificidades de cada ambiente". Em consonância com os colegas no debate, Santos destaca que, além de protocolos específicos, o compromisso de toda a sociedade é essencial para a segurança. "Viver em coletividade nunca foi fácil, mas há que se ter, assim como no uso das máscaras, esse senso de responsabilidade coletiva. Essas medidas nunca foram um ato individual, mas sim coletivo."

A 14ª edição do programa O POVO Quer Saber prossegue até sexta-feira, 31, das 11h às 12h na rádio O POVO CBN 95.5 com transmissão simultânea no Facebook O POVO CBN. No decorrer da semana, contextualizados pela pandemia, a jornalista Maísa Vasconcelos receberá convidados para debater sobre temas como importância do empreendedorismo, desafios da educação básica e novas prioridades das eleições municipais.

 

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