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Conselho do Parque do Cocó discute proibição de animais domésticos nas trilhas
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Conselho do Parque do Cocó discute proibição de animais domésticos nas trilhas

Tema tem gerado debates e levou frequentadores da área de proteção a realizarem um abaixo-assinado contra a medida
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AVES e outros animais silvestres são ameaçados pela presença de gatos e cachorros (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR AVES e outros animais silvestres são ameaçados pela presença de gatos e cachorros

O conselho gestor do Parque Estadual do Cocó se reúne, nesta quarta-feira, 14, para discutir as novas regras de uso do local, definidas no Plano de Manejo, e que serão colocadas em prática até o fim deste ano. Entre elas, está a proibição de animais domésticos nas trilhas, tema que tem gerado debates e que levou usuários da área de proteção a realizarem um abaixo-assinado contra a decisão.

A proibição é baseada no decreto federal nº 6.514/2008, que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas nas Unidades de Conservação (UCs) do Brasil. De acordo com a norma, introduzir ou abandonar animais domésticos em áreas silvestres pode trazer problemas para a fauna e por isso deve resultar em punições, como multas e detenções. 

Segundo Artur Bruno, titular da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema), o Parque Estadual do Cocó foi criado há cerca de três anos e terá agora o primeiro Plano de Manejo, que dá "diretriz à gestão do equipamento e que faz todo um zoneamento dele". Conforme o secretário, a proibição de animais domésticos na área florestal do parque já havia sido discutida em outros momentos, mas com o planejamento ela poderá ser oficializada e colocada em prática.

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A determinação, no entanto, não agradou frequentadores, como o professor universitário Michel Krueger, que tem como rotina levar a sua vira-lata de 11 anos, a Penélope Charmosa, para passear nas trilhas do Parque do Cocó. Segundo o docente, os cachorros levados para as caminhadas nos espaços internos do parque não são "introduzidos", como proibido por lei, pois ficam de forma apenas passageira nos locais.

"Eles (cães) entram com a gente e vão embora com a gente, não jogam garrafa no chão, não agridem a natureza", aponta o docente. Michel ainda aproveita para enfatizar que Fortaleza tem poucos parques e classifica como "absurda" a proibição desses espaços de lazer para os animais domésticos.

O professor vai estar na reunião desta quarta, 14, e promete organizar manifestações a depender da deliberação. No Instagram, ele integra o movimento Cachorro nas Trilhas do Cocó, que realiza um abaixo-assinado contra a determinação, com mais de 600 assinaturas já registradas.

Em resposta ao que foi apontado pelo docente, o secretário Artur Bruno afirma que apenas as áreas internas do parque serão proibidas para os animais domésticos, sendo todo o espaço externo de uso intensivo livre para que populares continuem passeando com seus pets, como arenas e áreas com gramado.

"O que não será permitido é á área da floresta, onde estão as trilhas, porque existem animais silvestres e essa interação entre animais silvestres e domésticos não é bom para os dois", justifica o titular. Artur ainda afirma que gatos já chegaram a matar aves do local e que o contato das espécimes estressa os bichos nativos.

 

Outras mudanças no parque

O Plano de Manejo deve determinar ainda:

> Todas as segundas-feiras as trilhas serão fechadas para atividades de manutenção.

> Os campos de futebol presentes na área interna serão desativados, para evitar riscos à fauna.

> Atividades de ciclismo nas trilhas, realizadas antes das 13 horas, serão proibidas aos domingos.

> Os portões dos quatro prédios de acesso ao Parque serão liberados às 5h30min e fechados às 17h30min.

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