Dez estados já solicitaram ao Governo de São Paulo doses da Coronavac para vacinação emergencial de profissionais de saúde, afirmou o governador João Doria (PSDB). 912 municípios também já teriam formalizado o interesse em adquirir doses. O estado de São Paulo disponibilizará quatro milhões de doses produzidas pela empresa Sinovac e pelo Instituto Butantan aos estados que solicitaram, entre eles o Ceará.
O governador Camilo Santana (PT) informou nas redes sociais que irá se reunir com Doria e representantes do Instituto Butantan na próxima segunda-feira, dia 14 de dezembro, para negociar a aquisição da vacina contra a Covid-19. No entanto, Camilo reforçou que está desde novembro em contato com o governador de SP e que fará o que estiver ao seu alcance para conseguir a vacina para o Ceará com a "máxima brevidade".
De acordo com nota do Governo de São Paulo, as quatro milhões de doses emergenciais disponibilizadas para outros estados são destinadas para profissionais de saúde. Eles devem receber o imunizante a partir do dia 25 de janeiro, mesma data de vacinação no estado paulista.
Entre os outros estados que afirmaram ter contatado São Paulo para uma parcela das doses, estão: Acre, Goiás, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. As prefeituras de Curitiba, de Porto Velho e a de Belo Horizonte também dizem que solicitaram a vacina.
A vacina ainda não foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que aguarda envio do dossiê por parte do Instituto Butantan. O documento deve ser enviado no dia 15 de dezembro. Então, a Anvisa terá 72h para dar parecer técnico sobre o produto.
Após passar pela agência, a vacina ainda precisa receber um preço, o que é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). A análise desse órgão leva até 90 dias, em casos normais, mas a expectativa é de encurtar a análise para as vacinas contra a Covid-19.
 A Coronavac é aplicada na forma intramuscular em duas doses. Tomada a primeira dose, o vacinado deve aguardar 21 dias para a segunda. Somente sete dias após a segunda dose é que o corpo começará a proteger a pessoa contra a Covid-19.
Ontem, João Doria anunciou o início da produção nacional da vacina. "É um momento histórico", afirmou. De acordo com ele, o instituto contratou 120 técnicos para auxiliar na produção da vacina, que será feita "24 horas por dia e 7 dias por semana", aumentando sua capacidade de produção para 1,5 milhão de doses por dia.
"Por que iniciar a vacinação em março, como foi anunciado pelo Ministério da Saúde, se podemos iniciar em janeiro, de forma segura e eficiente?", questionou o governador paulista, fazendo referência ao calendário de imunização apresentado pelo Ministério da Saúde na semana anterior.
Na segunda-feira, ele já havia afirmado que o Estado pretendia começar o plano de imunização em 25 de janeiro. Horas após o anúncio de Doria na última segunda, a Anvisa afirmou, em nota, que só libera o uso da vacina após a análise de documentos, como os de dados de "fase 3" da pesquisa. "Nenhuma das quatro vacinas em desenvolvimento no Brasil apresentou protocolo de registro. Portanto nenhuma das quatro tem aval para uso amplo neste momento", disse o presidente Antônio Barra Torres. (Com Agência Estado)