Em mais uma ofensiva contra grupos criminosos que ameaçam moradores de áreas periféricas da Capital, cerca de 290 policiais e profissionais de 16 órgãos de Segurança do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza realizaram nova operação ostensiva nesta sexta-feira, 23, no Conjunto Habitacional Alameda das Palmeiras, bairro Ancuri. A ação ocorreu no âmbito da 3ª fase da Operação Domus, coordenada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). Durante os trabalhos, os agentes realizaram mais de 100 abordagens, apreenderam oito veículos irregulares e prenderam três pessoas em flagrante por furto de energia elétrica. O mesmo local já havia sido alvo da primeira fase da Operação, realizada no último dia 15.
Um dos principais objetivos da Operação, segundo a SSPDS, é coibir possíveis ameaças de traficantes e chefes de organizações criminosas a moradores de conjuntos habitacionais. O titular da Pasta, Sandro Caron, afirma que o trabalho será realizado de forma permanente, em diferentes localidades do Ceará.
“Estamos sempre atentos com objetivo de reforçar a presença do Estado e coibir qualquer irregularidade nos conjuntos habitacionais. Essa já é a segunda vez que estamos aqui e voltaremos outras vezes para garantir a tranquilidade dos moradores”, garante o secretário, que tem acompanhado de perto o trabalho da Operação policial desde a sua primeira etapa.
As estratégias de atuação dos agentes são definidas pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp), da SSPDS, a partir de levantamentos estatísticos que apontam os locais em que há maior incidência de criminalidade. “A Supesp nos orienta e indica a mancha criminal que direciona as ações integradas. Não é uma escolha aleatória, existe um processo de pesquisa científica para que a operação seja montada”, explica o delegado geral da Polícia Civil do Ceará, Sérgio Pereira.
Nas abordagens, os policiais miram foragidos da Justiça que possivelmente estejam utilizando os residenciais populares como esconderijo. As comunidades têm feito denúncias à Polícia sobre casos em que traficantes teriam expulsado moradores de seus apartamentos para se esconderem das forças de segurança.
A Operação também visa coibir ligações ilegais na rede de energia elétrica. Pelo menos 277 imóveis foram inspecionados por fiscais da Enel — concessionária de energia elétrica no Ceará — que constataram 51 irregularidades, das quais quatro deram origens a Boletins de Ocorrência por furto de energia.
O comandante-geral da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Márcio Oliveira, diz que durante o trabalho ostensivo os policiais também inspecionam áreas comuns dos condomínios para localizar supostas construções irregulares ou pichações. “Coibimos toda e qualquer situação que contraria a lei”, ressalta. A Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), que também participou da Operação, lavrou 25 autos de infração e realizou dez demolições de edificações em áreas proibidas.
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Além das Polícias Militar, Civil, Enel e Agefis, a força-tarefa ainda contou com a participação da Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) e Corpo de Bombeiros. Uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) também auxiliou os trabalhos das equipes.
Nas três fases da Operação Domus, as forças de Segurança realizaram mais de 900 abordagens e 25 prisões, das quais 24 foram em flagrante, por furto de energia elétrica, e a outra envolveu um foragido da Justiça suspeito de homicídio. Na 2ª fase, os agentes também apreenderam 37 pinos e cinco papelotes de cocaína, 15 munições calibre 38 e uma quantia de dinheiro em espécie não divulgada.
A palavra que dá nome à Operação, Domus, é originária do latim e significa lar. Segundo a SSPDS, o termo faz referência ao objetivo da força-tarefa, que é manter a sensação de acolhimento e bem-estar em conjuntos habitacionais ameaçados pela atuação de grupos criminosos.