Ao entrar no terceiro ano da pandemia, O POVO relembra os principais fatos de 2020 e 2021 relacionados à Covid-19 no Ceará. Lockdowns, lutos, crises na saúde e na economia, esperança com as vacinas e retomada de atividades fizeram parte dos últimos dois anos da História do Estado.
15 de março de 2020 - Os primeiros casos de Covid-19 confirmados no Ceará pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) chegaram ao Estado por meio de passageiros de voos internacionais. O anúncio dos três casos foi dado quatro dias depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia de coronavírus.
19 de março de 2020 - A única maneira de barrar a transmissão da Covid-19 no início da pandemia era o isolamento social. Por isso, o governo do Ceará decretou o fechamento do comércio, restaurantes, bares, igrejas e diversos outros espaços que aglomeravam público para tentar diminuir o contágio do vírus. Barreiras sanitárias também foram instaladas nas divisas do Ceará com outros Estados.
26 de março de 2020 - A primeira morte registrada no Ceará por complicações da Covid-19 foi de José Maria Dutra. O homem tinha 72 anos e estava internado no Hospital São José, em Fortaleza. Após começar a apresentar sintomas, o idoso passou dez dias internado, mas não resistiu à doença. No mesmo dia, as mortes de outras duas vítimas - duas mulheres de 84 e 85 anos - foram anunciadas pela Sesa.
5 de maio de 2020 - Com quase mil mortos por Covid-19 em Fortaleza, o primeiro decreto de isolamento social rígido, ou lockdown, era anunciado. Além de proibir o funcionamento presencial de estabelecimentos públicos e privados, as regras restringiam o deslocamento de pessoas pela Cidade. Epicentro do coronavírus no Ceará, Fortaleza só permitiria a circulação de cidadãos que trabalhassem ou procurassem atendimento em serviços essenciais.
O uso de máscaras também se tornava obrigatório. No início da pandemia, apenas aqueles que tinham sintomas eram orientados a utilizar a proteção. Porém, estudos mostraram que as máscaras eram uma boa medida para diminuir contágio, principalmente devido ao fato de que pessoas assintomáticas também podem transmitir o vírus.
1º de junho de 2020 - Com a queda no número de casos e internações proporcionada pelo período de isolamento rígido, o Ceará começou o processo de reabertura das atividades do Estado. Dividido em uma fase de transição e quatro fases de reabertura, o plano de retomada levava em conta os índices da Covid-19 e o impacto econômico gerado pelas atividades que estavam paradas até então para escolher quais setores poderiam voltar a funcionar.
1º de setembro de 2020 - Depois de protestos e reclamações de donos de escolas particulares, as aulas presenciais para a educação infantil da rede privada foram autorizadas. Os alunos passaram quase o ano inteiro em regime remoto. Foi decretado que a modalidade remota ainda deveria ser disponibilizada pelas escolas. A volta seria escalonada e com capacidade reduzida de alunos por sala. O governo não deu autorização às atividades presenciais em escolas públicas na mesma época.
11 de dezembro de 2020 - Devido ao aumento de casos e mortes registrados em dezembro de 2020, as festas de Natal e Réveillon foram proibidas. Reuniões particulares não poderiam ter mais de 15 pessoas e entes públicos foram proibidos de realizar festas de Réveillon presenciais. No dia 31, o aterro da Praia de Iracema, local tradicional da festa da virada em Fortaleza, recebeu grades para evitar que as pessoas fizessem aglomerações na faixa de areia. A Capital também não promoveu queima de fogos.
1 de janeiro de 2021 - O ano começou com o registro de 10 mil pessoas mortas em decorrência da Covid-19 no Ceará. O Estado tinha 336.504 casos confirmados da doença, sendo a maioria em Fortaleza. Secretarias da Saúde pediam cautela e especialistas já apontavam para a possibilidade de uma segunda onda de contaminações.
18 de janeiro de 2021 - O dia mais esperado pelos cearenses desde o início da pandemia chegou: o início da vacinação contra a Covid-19. Um dia após a aprovação da vacina Coronavac pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 229.200 doses do imunizante chegaram ao Ceará. A primeira pessoa a ser vacinada no Estado foi a técnica de enfermagem Maria Silvana Souza Reis, 51, no Hospital Leonardo da Vinci. A partir de então, profissionais da saúde, idosos e populações originárias começaram a receber a vacina contra o coronavírus.
5 de março de 2021 - O isolamento rígido voltou a ser necessário em Fortaleza para conter a transmissão do coronavírus na Capital. Outros cinco municípios do Interior já tinham decretado lockdown devido ao alto nível de transmissão da doença. O governador Camilo Santana alertava que os novos leitos hospitalares abertos não estavam sendo suficientes para a quantidade de internações demandadas pela população doente.
26 de maio de 2021 - Quase cinco meses após registrar 10 mil mortos por Covid-19, o Ceará chegou à marca de 20 mil vítimas da doença. O Estado também mais que dobrou o número de casos durante o período de janeiro a maio, na segunda onda.
29 de julho de 2021 - A variante do coronavírus com origem atribuída à Índia, chamada de Delta, chegou ao Ceará por meio de viajantes que vinham do Rio de Janeiro. A variante foi responsável pelo aumento significativo no número de casos na Índia e o colapso do sistema de saúde do país asiático. A chegada da Delta no Brasil causou preocupação de autoridades de saúde pelo caráter mais contagioso do que as que já circulavam em território brasileiro.
8 de setembro de 2021 - Após um ano e cinco meses afastadas das escolas, as crianças da rede pública de Fortaleza voltaram a ter aulas presenciais. Alunos das turmas do Infantil III, IV e V e 1º e 2º anos do ensino fundamental foram os primeiros a voltar às atividades presenciais. O regime de rodízio, em que parte dos alunos passa uma semana indo à escola enquanto outro grupo faz atividades remotas, foi adotado.
8 de setembro de 2021 - Para barrar o avanço da variante Delta e aumentar a proteção da população contra a Covid-19, uma terceira dose das vacinas contra o vírus foi determinada pelo Ministério da Saúde. Em Fortaleza, a aplicação foi iniciada com o público de idosos que vivem em instituições de longa permanência. Também em setembro, idosos a partir de 70 anos e imunossuprimidos também receberam a dose. A aplicação continua acontecendo em dezembro, já no grupo da população geral.
17 de setembro de 2021 - O primeiro evento-teste do Ceará foi realizado em Guaramiranga. O tradicional Festival Jazz & Blues recebeu 400 pessoas em dois dias de evento. Para participar, as pessoas precisavam comprovar vacinação, teste negativo de Covid-19 e não apresentar sintomas. Os eventos-teste foram uma forma de avaliar os impactos de diferentes ambientes e situações no contágio do coronavírus, possibilitando novas medidas de flexibilização. Os participantes também eram monitorados por 14 dias após o evento.
22 de novembro de 2021 - Sendo solicitado desde o dia 15 de novembro como medida educativa, a partir do dia 22 desse mês apresentar o passaporte da vacina se tornou obrigatório em restaurantes, bares e eventos no Ceará. Estabelecimentos que não cumprem a regra de cobrar o documento podem ser punidos. Desde então, mais locais passaram a precisar pedir o comprovante, como estabelecimentos públicos do Estado e da Prefeitura de Fortaleza.
27 de novembro de 2021 - A Prefeitura de Fortaleza anunciou que a Capital não teria festa de Réveillon pelo segundo ano consecutivo. Apesar do avanço da vacinação e dos planejamentos para realizar grandes eventos, o aumento de casos no mundo causado pela nova variante Ômicron fez com os planos fossem cancelados. Diversas capitais do Brasil também cancelaram as celebrações da virada por precaução. Eventos particulares ainda tiveram permissão para serem realizados, com até 2 mil pessoas em ambientes fechados e 5 mil em locais ao ar livre.
6 de dezembro de 2021 - A Prefeitura divulgou que 100% da população adulta de Fortaleza recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. O dado foi calculado a partir da quantidade de pessoas cadastradas para tomar o imunizante e tem como base estimativas populacionais que buscam se aproximar ao máximo da realidade.
23 de dezembro de 2021 - A chegada da variante Ômicron no Ceará, variação do coronavírus originada na África do Sul, preocupa especialistas e autoridades da saúde. Apesar de ter apenas três casos confirmados no dia 23 de dezembro, em passageiros de dois voos internacionais e um nacional, a secretaria da Saúde do Estado não descarta a possibilidade de transmissão comunitária da variante.
30 de dezembro de 2021 - Informe epidemiológico do Centro de Inteligência em Saúde do Ceará (Cisec) apontou que com a introdução da variante Ômicron e a expectativa de aglomerações durante as festas de fim de ano, Ceará tem "grandes chances" de enfrentar 3ª onda da pandemia antes do Carnaval de 2022. Em paralelo, o governador Camilo Santana anunciou que o Estado intensificará as ações de testagem contra a Covid-19, com introdução de novos pontos pela Cidade.
31 de dezembro de 2021 - Pelo segundo ano consecutivo, a Prefeitura de Fortaleza cancelou o tradicional Réveillon no Aterro da Praia de Iracema. Eventos sociais particulares foram permitidos com limite de cinco mil pessoas em ambientes abertos e 2,5 mil em espaços fechados.
Na última semana de 2021, fortalezenses voltaram a ver amigos e familiares apresentando sintomas gripais, tanto pela epidemia de gripe quanto pela volta do aumento de casos da Covid-19 na Capital. O terceiro ano de pandemia começa com a incerteza da possibilidade de uma nova onda de transmissões causada pela Ômicron.