Ainda em 2021, moradores de um trecho da rua Batista de Oliveira, no bairro Cocó, tomaram um susto. A placa da rua onde moram indicava que a via havia mudado de nome: agora se chamava Alexandre Furtado. A mudança também foi observada nas cobranças do IPTU deste ano. Eles podem não ser os únicos, porém, que irão estranhar mudanças nos nomes de ruas em Fortaleza.
Em setembro último, a Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) e a Câmara Municipal de Fortaleza (já que as vias são nomeadas a partir de decreto legislativo) firmaram parceria para agilizar a nomeação oficial de 8.317 logradouros da Capital. Na primeira minuta enviada à Câmara, a Seuma apresentou um balanço com informações sobre 261 vias do território 17 — um dos 39 territórios em que a cidade é dividida, composto pelos bairros Itaoca, Parangaba e Vila Peri.
Conforme a Seuma, o documento traz um diagnóstico de vias sem nomenclatura, homônimas, descontínuas, com erro de ortografia, não oficializadas, entre outros. Ainda não há informações sobre as vias que podem mudar de nome e o trabalho segue em andamento.
No caso da Alexandre Furtado, uma lei de 1982, do então vereador Maurílio Assêncio e sancionada pelo então prefeito Lúcio Alcântara, já previa que aquele trecho da Batista de Oliveira tivesse esse nome. O batismo, porém, não pegou: contas, serviços de GPS e os próprios moradores só se referiam ao logradouro como Batista de Oliveira. Mesmo no Fortaleza em Mapas, mantido pela Prefeitura de Fortaleza em seu site, o trecho consta com o antigo nome.
Moradores da rua com quem O POVO conversou demonstraram surpresa com a mudança. O engenheiro Geraldo Costa, 45 anos, disse até ter percebido ao comprar o apartamento onde mora, há cerca de sete meses, que, na matrícula do imóvel, o nome da rua constava como Alexandre Furtado, mas não se importou muito, já que todas as outras indicações traziam o nome Batista de Oliveira. Ele sentiu o impacto da mudança quando pediu uma entrega por aplicativo e o motorista disse que demorou muito para localizar o endereço, justamente, porque o local ainda constava com o antigo nome. Agora ele diz não saber como informar onde mora. "Nada que possa mudar a minha vida por conta disso", contemporiza.
Outro morador do trecho surpreso com a mudança foi o jornalista Omar Jacob, 37. Morando no local desde 2018, ele diz que achou que a decisão para a mudança havia sido recente. "Uma loucura que tenha levado tanto tempo para as placas serem atualizadas", diz.
Conforme a Seuma, em setembro do ano passado, um processo em curso no setor de licenciamento precisou de uma atualização de fronteiras, "fato comum a partir de exigência cartorial". Foi quando, ao ser realizada a atualização, verificou-se que a via estava com a nomenclatura desatualizada. "Em 27 de outubro de 2021, para atender a correção necessária, foi solicitada à empresa que confecciona as placas a referida mudança", disse a pasta.
Outra questão trazida pelos moradores é o fato de a nova placa estar grafada como "A. Furtado", gerando confusão com a Andrade Furtado, rua localizada nas proximidades. Sobre os possíveis transtornos, a Seuma afirmou que as vistorias em placas ocorrem "ordinariamente" e que o procedimento no local estava agendado para esta quarta-feira, 2.
A Seuma também afirmou que sugestões de reposição, instalação ou correção de placas podem ser feitas no canal: https://urbanismoemeioambiente.fortaleza.ce.gov.br/urbanismo-e-meio-ambiente/256-placas-de-logradouro
Sugestões
A Seuma informa que sugestões de reposição, instalação ou correção de placas podem ser feitas no canal: https://urbanismoemeioambiente.fortaleza.ce.gov.br/urbanismo-e-meio-ambiente/256-placas-de-logradouro