O município de Fortaleza estuda implantar gratuidade no transporte público para estudantes. Um decreto assinado pelo prefeito José Sarto (PDT) nesta quinta-feira, 26, instituiu um Grupo de Trabalho (GT) multissetorial para realizar estudo sobre a viabilidade econômica e jurídica da proposta. O diagnóstico deve ser concluído em até um ano.
O trabalho será coordenado pela Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP). Para o titular da pasta, João Pupo, o maior desafio será encontrar fontes de financiamento sustentáveis. “A intenção é traçar um diagnóstico, ver o que a gente pode fazer diante da crise do segmento do transporte País afora e estudar um benefício para os estudantes”.
O secretário ressalta que o estudo também deve propor melhorias para o transporte público como um todo, indo além da classe estudantil. “Faremos uma análise geral sobre a realidade do transporte urbano de Fortaleza”, complementa. Pupo adianta que a pesquisa deve apresentar os impactos da pandemia e prospectar o futuro do serviço na Capital cearense.
Segundo o gestor, houve redução drástica no número de passageiros transportados desde o começo da crise sanitária. Até 2019, diz ele, cerca de 1,4 milhão de fortalezenses usavam o transporte urbano para deslocamentos diários na Cidade, demanda que caiu para cerca de 500 mil em 2023.
Ao anunciar a criação do GT, Sarto afirmou que a Prefeitura pretende promover um amplo debate público com foco na melhoria da qualidade do transporte urbano de Fortaleza. "Temos um desafio posto nacionalmente e estamos tratando com toda a seriedade, a fim de reduzir as despesas das famílias fortalezenses e de melhorar os deslocamentos na Capital”.
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) foi escalada pelo prefeito para assumir a secretaria-executiva do GT. O presidente da entidade, David Bezerra, diz que ainda não há estimativa sobre o eventual impacto financeiro do passe livre estudantil na Capital.
"Essa análise será discutida dentro do Grupo de Trabalho, em parceria com as demais secretarias. Um dos nossos objetivos é identificar fontes alternativas de financiamento”, assinalou ele, acrescentando que a viabilidade econômica da medida será um dos pontos de partida do estudo.
Além da SCSP e Etufor, o GT também será composto por dirigentes do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor) , Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (Citinova), Secretaria de Finanças (Sefin), Secretaria de Governo (Segov) e pelo Sindiônibus.
A gratuidade no serviço de transporte coletivo já é realidade em 46 cidades pelo Brasil. Quatro delas estão no Ceará: Eusébio, Aquiraz, Caucaia e Maracanaú, todas na Região Metropolitana de Fortaleza. Nestes municípios, ao contrário da proposta estudada na Capital, a tarifa zero é concedida a todos os usuários, e não apenas para os estudantes.