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Parque do Cocó: trabalho dos bombeiros para apagar incêndio já dura 48 horas
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Parque do Cocó: trabalho dos bombeiros para apagar incêndio já dura 48 horas

Perspectiva dos Bombeiros é de que todos os focos sejam debelados na manhã deste sábado
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FUMAÇA ainda era bem visível no Cocó na manhã de ontem (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal FUMAÇA ainda era bem visível no Cocó na manhã de ontem

Já são ao menos 48 horas tentando debelar os focos do incêndio registrado no Parque do Cocó, desde a manhã da última quinta-feira, 18. A expectativa é de que os três focos mais ativos, na avenida Sebastião de Abreu e na Cidade 2000, sejam debelados até a manhã deste sábado, 20. A preocupação maior é pela realidade do "fogo subterrâneo", chamado fogo de turfa, que queima por baixo da vegetação, nas suas raízes. As áreas de trilha e visitação não foram atingidas e estarão abertas no fim de semana. Desafio agora é com ações que inibem novas ocorrências. 

"A gente acredita que pela manhã, por volta de 10 horas, a gente já tem um diagnóstico geral", afirmou o comandante-geral do Corpo dos Bombeiros, Cláudio Barreto. Entre bombeiros militares e outros agentes, 100 pessoas atuam nos trabalhos contra os focos de incêndio. A área atingida pelo incêndio, que os Bombeiros estipulam ser de aproximadamente dez hectares, deverá ser mapeada com o uso de drones. 

Os trabalhos dos bombeiros foi dividido em três grupos, um nas vias próximas e dois dentro do parque, em sentido contrário. Objetivo era que os grupos se encontrassem e os focos de incêndios fossem concentrados em um mesmo local. Para que viaturas de pequeno porte com bombas de água tivessem acesso a uma área restrita, foram feitos desbastes no terreno. Em alguns focos, com ajuda de um drone termal, foram identificaram temperaturas de até 170 graus.

O Parque do Cocó já havia registrado, em 2021, incêndio que engoliu mais de 40 hectares de área. Desde então, mais brigadistas passaram a atuar, há mais efetividade de vídeomonitoramento. Não foi o bastante para evitar um novo incêndio. Conforme o secretário executivo de Planejamento e Gestão Interna da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema), Gustavo Vincentino, serão pensadas novas formas de monitoramento. "Já marcamos com os Bombeiros e a Perícia Forense para sentar juntos na próxima semana e discutir caminhos para encontrara soluções mais eficazes".

Um novo Plano de Contingência de Desastres deverá ser feito em 2024. Inclui inundações, desmoronamento e incêndios florestais. Um dos objetivos é alinhar ações para que, caso alguma tragédia aconteça, os órgãos competentes já saibam o que fazer durante e no pós. "O que vamos fazer, e a população da área, e vegetação? É pensar no antes, no durante e no depois", explicou a coordenadora do Previna (Programa de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais), Caroline Matos. O Previna é coordenado pela Sema desde 2004.

O Plano está sendo construído desde 2023, de acordo com Caroline. "Fizemos os planos de contingência de cada Unidade de Conservação (UC), pra que a gente saiba o que fazer. Quando tem algum incêndio dentro da Unidade, a gente tem o norte do que fazer. Aqui estamos seguindo mais ou menos o que pensamos para o Plano", explicou.  

As chamas geraram fumaça e forte cheiro, atingindo vários bairros da Capital, como Aldeota, Cocó, Papicu, Joaquim Távora, Luciano Cavalcante, Dionísio Torres, Bairro de Fátima, Benfica, Centro, Farias Brito e Barra do Ceará. A fumaça também foi sentida em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Além das equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), brigadistas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) e a Polícia Militar do Ceará (PMCE) estão no local desde o início do incêndio. 

 

 

 

  

Animais terrestres, principalmente rastejantes, são os mais impactados
Animais terrestres, principalmente rastejantes, são os mais impactados

Cobras, tartarugas e roedores são principais vítimas

Os animais terrestres são as principais vítimas do incêndio que atinge o Parque do Cocó. As chamas carbonizaram sobretudo os animais rastejantes, como cobras, além de tartarugas e roedores. Equipes da Secretaria da Proteção Animal (Sepa) estão no local para atuar no resgate de animais.

Ainda não há a quantidade de quantos animais morreram. De acordo com o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), Cláudio Barreto, na madrugada da sexta-feira, 19, diversos animais foram encontrados pelos agentes durante o combate ao fogo.

"Muitos estavam assustados e fugindo do calor. Infelizmente, encontramos muitos mortos, principalmente cobras. Nesta manhã (ontem), também avistamos raposas e gatos, eles foram alimentados e beberam água, além de serem acolhidos pelas equipes que estão dando apoio", comentou. Alguns animais têm se salvado em regiões isoladas. Segundo a Secretaria da Proteção Animal, apenas os militares do CBMCE estão autorizados a entrarem na área do Cocó. "Estamos em contato com esses profissionais para que, quando avistarem um animal, entrem em contato com a Sepa. Estamos de plantão para salvar essas vidas", diz o secretário interino da pasta, Erich Douglas.(Lara Vieira)

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