Seis mandados de prisão, 17 de busca e apreensão e oito de bloqueio de bens foram cumpridos na Operação Mandacaru, da Polícia Federal (PF), na manhã de ontem, 29, no Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. O objetivo é desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias eletrônicas que movimentaram R$ 25 milhões.
Investigações começaram em 2020, em ação conjunta com a Caixa Econômica Federal, com a prisão de três pessoas em Crateús, no Interior do Estado. Eles tinham aparelhos celulares, notebooks, cartões bancários e chips de operadoras, utilizados para a prática das fraudes.
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A operação também identificou mais de 70 processos de contestação relacionados a fraudes bancárias eletrônicas, principalmente contra a Caixa, com um prejuízo estimado em R$ 224 mil.
O montante acumulado dessas fraudes apuradas totalizam cerca de R$ 546.551,45, somado aos pagamentos de boletos fraudulentos que atingem o valor de R$ 321.867,32, verificados pela operação.
Segundo a PF, as apurações revelaram “um esquema sofisticado de obtenção de dados pessoais de vítimas, abertura de contas digitais em nome de terceiros e realização de transferências fraudulentas".
Pessoas próximas e familiares dos membros da quadrilha eram utilizados como “laranjas” para dificultar a identificação dos reais beneficiários, de acordo com a PF.
A existência da organização criminosa - que, após o fim do Auxílio Emergencial, expandiu suas atividades ilícitas para outras modalidades de fraude - foi confirmada a partir da quebra de sigilos bancário e telemático.
Os mandados de prisão preventiva, de busca e apreensão e de bloqueio de bens, realizados pela operação, foram todos expedidos pela Justiça Federal no Ceará.
Além do Ceará, outros cinco mandados foram cumpridos nos seguintes estados brasileiros:
A PF explica que a operação foi denominada Mandacaru em referência à planta típica da região Nordeste, símbolo de resistência e adaptação, e que isso reflete "o esforço contínuo da Polícia Federal no combate às fraudes e na proteção dos recursos públicos".
As investigações continuam para individualizar a responsabilidade de todos os envolvidos e responsabilizá-los nos termos da lei penal, conforme a PF.