O número de inundações registradas em Fortaleza caiu 30% durante os quatro primeiros meses deste ano. Ao todo, 33 ocorrências do tipo foram atendidas pela Defesa Civil Municipal entre janeiro e abril, 14 a menos que no mesmo período de 2024, quando 47 sinistros foram notificados pelo órgão.
Fortaleza registrou 1.489,9 milímetros (mm) de chuvas de janeiro a abril deste ano, conforme o calendário de chuvas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O que representa um volume 51,2% acima da média para o período. Foram 1.434.6 mm no primeiro quadrimestre de 2024 — volume 45,6% acima da média.
Os dados foram repassados pela Prefeitura de Fortaleza durante a manhã desta terça-feira, 6, e fazem parte do balanço do mutirão de limpeza realizado no primeiro quadrimestre pela gestão municipal. Entre as principais medidas reportadas estão a limpeza de 18 lagoas e 5.630 bocas de lobo, além da desobstrução de 2,5 quilômetros de galerias e bueiros, que auxiliaram a escorrer a água das chuvas.
Ao todo, 48.164 toneladas de resíduos sólidos foram removidas durante o mutirão.
Junto aos serviços nos serviços de armazenamento e escoamento de água, também foram executadas ações nas vias urbanas da cidade. Durante os quatro primeiros meses do ano, 128 vias tiveram a drenagem recuperada, enquanto outros 360 quilômetros (km) de asfalto foram refeitos.
“A gente conseguiu resultados que foram satisfatórios. Claro que tivemos algumas ocorrências, mas foram bem menos que na quadra histórica de chuva de anos anteriores. O trabalho continua, continuamos fazendo a limpeza dos nossos mananciais, nossas lagoas, nossos bueiros, das bocas de lobo, estamos fazendo essa limpeza”, pontuou o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT).
Entre os principais objetivos do mutirão estavam a redução dos impactos das chuvas nos pontos mais vulneráveis da cidade a problemas causados pelas chuvas. Conforme publicado pelo O POVO em fevereiro deste ano, Fortaleza possui atualmente 89 áreas de risco, onde 22 mil famílias vivem sob ameaça constante de enchentes e inundações.
Para o coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, coronel Haroldo Martins, esse trabalho foi executado com sucesso, visto a redução no número de ocorrências e seguirá sendo feito durante o ano. A pasta também pretende reativar os Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs), com o fito de preparar os moradores para possíveis enchentes da próxima quadra.
O órgão planeja treinar representantes em cada comunidade para auxiliar na evacuação e proteção dos moradores em casos de sinistros. Escolas e outros prédios públicos pré-estabelecidos também devem ser usados como abrigos para atender pessoas que precisem sair temporariamente de suas casas.
“A gente fez um plano de ação onde a gente em cada regional elencamos os abrigos, que geralmente são escolas ou algum outro equipamento público. Caso houvesse algo maior, juntamente com essas lideranças comunitárias, Guarda Municipal, dentre outros órgãos, iríamos levar essas pessoas para esses locais. Aí teria todo o trabalho da SDHDS com almoço, jantar, refeições, todo acolhimento psicológico…”, explicou Haroldo.
O balanço foi apresentado pela Prefeitura como uma prestação de contas após as medidas implementadas desde o início do ano. A área de limpeza urbana foi uma das poucas a não serem preservadas no pacote de corte de gastos anunciado já durante os primeiros dias de gestão.
Próximo ao fim da quadra chuvosa, que se encerra neste mês de maio, os cuidados com a limpeza da cidade deverão se concentrar nos mananciais e vias públicas da cidade até o final do ano. De acordo com o Paço Municipal, um programa voltado para concluir a limpeza das lagoas existentes na cidade.
Destas, 13 já foram finalizadas e outras cinco estão em execução. Questionada, a Prefeitura não confirmou a data de início do programa, apenas que será “nos próximos dias”.
Também prevista, mas ainda sem prazo, está a retomada de campanhas de conscientização sobre o descarte regular de lixo em escolas e empresas da Capital. A medida visa coibir o despejo de resíduos sólidos em praças e ruas.
“Temos câmeras de monitoramento e a Agefis está atuando para multar essas pessoas. Já estamos assim fazendo. É bom que a população tenha conhecimento de que a Prefeitura não tem o objetivo de arrecadar absolutamente nada na perspectiva do lixo, de estar multando quem está jogando lixo, mas, é importante que ela saiba que se porventura vier a acontecer estaremos ali para coibir e coibindo a pessoa sentindo no bolso”, destacou Evandro.
As multas por descarte irregular de lixo são aplicadas de acordo com tabela disposta no Código da Cidade de Fortaleza. Para pessoas físicas, a sanção pode ser de até R$ 4.050,00, enquanto para empresas, o valor pode chegar a até R$ 48.600,00.