O Parque do Cocó, localizado em Fortaleza, é o parque sob gestão estadual mais visitado do Brasil. A informação faz parte do levantamento “Visitômetro dos Parques do Brasil”, conduzido pelo Instituto Semeia, com dados de 2023.
Além do Cocó, na categoria estadual, outros dois parques cearenses se destacaram entre os dez equipamentos nacionais mais procurados do Brasil: o Parque Nacional de Jericoacoara foi classificado como o mais visitado do Nordeste e o 4° mais visitado em todo o País. Já o Parque de Ubajara ocupa a 8° colocação no ranking de parques nacionais.
A gerente de políticas públicas do Semeia, Mariana Haddad, declara que o desempenho dos parques cearenses reforça o potencial turístico e ambiental do Estado. “Isso só mostra o quanto o Ceará é rico ambientalmente, culturalmente e socialmente”, conclui Haddad.
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Ao longo de 2023, foi registrado um total de 15,9 milhões de visitas a parques em todo o Brasil. Destas, 11,8 milhões foram em parques nacionais e 4,1 milhões em parques estaduais.
O estudo reuniu dados coletados entre agosto e novembro de 2024, a partir de três etapas metodológicas: levantamento de dados públicos, entrevistas com gestores e verificação de registros oficiais ainda não divulgados.
Os dados são considerados essenciais para orientar a gestão pública, apoiar políticas de turismo e melhorar a administração das unidades de conservação.
Tijuca (RJ) – 4.464.257 visitantes
Iguaçu (PR) – 1.800.225 visitantes
Jericoacoara (CE) – 1.487.283 visitantes
Bocaina (RJ, SP) – 715.530 visitantes
Noronha (PE) – 618.238 visitantes
Cocó (CE) – 598.748 visitantes
Jaraguá (SP) – 457.330 visitantes
Utinga (PA) – 451.295 visitantes
Dunas (RN) – 408.320 visitantes
Lençóis Maranhenses (MA) – 408.235 visitantes
Entre os parques mais visitados do Brasil em 2023, lideram o ranking o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, com 4,4 milhões de visitas; o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, com 1,8 milhão; e o Parque Nacional de Jericoacoara, com 1,4 milhão. Juntos, os três concentram 49% da visitação registrada entre todas as unidades analisadas.
De acordo com o Instituto Semeia, o ICMBio já realiza o acompanhamento de visitantes nas unidades de conservação federais, mas essa é a primeira vez que uma instituição olha para os dados de visitação dos parques estaduais.
Parque Nacional da Tijuca (RJ) – 4.464.257 visitantes
Parque Nacional do Iguaçu (PR) – 1.800.225 visitantes
Parque Nacional de Jericoacoara (CE) – 1.487.283 visitantes
Parque Nacional da Serra da Bocaina (RJ, SP) – 715.537 visitantes
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE) – 618.238 visitantes
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA) – 408.235 visitantes
Parque Nacional de Brasília (DF, GO) – 300.603 visitantes
Parque Nacional de Ubajara (CE) – 210.898 visitantes
Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ) – 208.974 visitantes
Parque Nacional do Monte Pascoal (BA) – 162.123 visitantes
Parque Estadual do Cocó (CE) – 598.748 visitantes
Parque Estadual do Jaraguá (SP) – 457.330 visitantes
Parque Estadual do Utinga (PA) – 451.295 visitantes
Parque Estadual das Dunas (RN) – 408.320 visitantes
Parque Zoobotânico do Piauí (PI) – 173.756 visitantes
Parque Estadual da Ilha do Mel (PR) – 172.952 visitantes
Parque Estadual da Serra do Mar (SP) – 107.176 visitantes
Parque Estadual da Serra da Rola Moça (MG) – 99.822 visitantes
Parque Estadual do Monge (PR) – 83.871 visitantes
Parque Estadual do Ibitipoca (MG) – 81.115 visitantes
Fonte: “Visitômetro dos Parques do Brasil”, Instituto Semeia.
O Ceará também se destaca como o segundo estado do Brasil com maior número de visitas a parques, registrando 676 mil visitas, atrás apenas de São Paulo, que lidera com 1 milhão.
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O levantamento também revelou que o Brasil ainda está longe de atingir seu potencial no ecoturismo.
Segundo estimativas do Instituto Semeia em estudo anterior, publicado em 2021, os parques nacionais e estaduais brasileiros poderiam alcançar até 56 milhões de visitas por ano. O número é quatro vezes mais que os cerca de 15,9 milhões de visitas registradas em 2023.
“Essas 56 milhões de visitas poderiam gerar até R$ 44 bilhões de impacto no PIB e criar cerca de 1 milhão de empregos”, afirma Haddad. Ela destaca ainda que a visitação sustentável pode contribuir diretamente para a conservação das áreas:
“Os parques mais visitados tendem a ser também os mais bem conservados. A presença constante do público gera maior vigilância, denúncias de irregularidades e um senso de pertencimento àquele espaço.”
Para ampliar ainda mais o número de visitantes, o atual gestor do Parque Estadual do Cocó, Wlademir Theotônio, declarou que algumas ações de curto, médio e longo prazo já estão em fase de planejamento.
“Estamos finalizando um novo programa, que em breve será divulgado. A proposta é inspirada no projeto "Férias no Parque", já realizado anteriormente, mas com o diferencial de não se restringir ao período de férias escolares. A ideia é oferecer atividades permanentes que mantenham o interesse e atraiam novos frequentadores durante todo o ano”, explica.
O gestor, no entanto, destaca que o crescimento do público deve caminhar em equilíbrio com a preservação ambiental. Ele cita o exemplo do fechamento temporário das trilhas, que interferem na visitação do público.
“Isso pode ocorrer tanto por questões de segurança quanto para proteção da fauna e flora locais. Por isso, estamos desenvolvendo alternativas para evitar fechar as trilhas mesmo quando o nível da água estiver elevado”, adianta.
Ele também ressalta que pesquisas estão sendo desenvolvidas em áreas afetadas por queimadas, em busca de estratégias para prevenir novos focos de incêndio.