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PM suspeito de matar empresário em Fortaleza é investigado por homicídio no Eusébio
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PM suspeito de matar empresário em Fortaleza é investigado por homicídio no Eusébio

Três PMs foram presos temporariamente suspeitos de envolvimento na morte de Vinícius Cunha Batista em 30 de abril último. Um deles também é investigado pelo assassinato da funcionária pública Maria Madalena Marques Matsunobu
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PM é investigado por suposto envolvimento nas mortes do empresário Vinícius Cunha Batista e da funcionária pública Maria Madalena Marques Matsunobu, crimes ocorridos, respectivamente, em 30 de abril em Fortaleza, e em 5 de abri no Eusébio (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução PM é investigado por suposto envolvimento nas mortes do empresário Vinícius Cunha Batista e da funcionária pública Maria Madalena Marques Matsunobu, crimes ocorridos, respectivamente, em 30 de abril em Fortaleza, e em 5 de abri no Eusébio

Um dos policiais militares presos por suspeita de envolvimento na morte do empresário Vinícius Cunha Batista, de 47 anos, dono de rádio na região Jaguaribana, também é investigado pelo assassinato da funcionária pública Maria Madalena Marques Matsunobu, de 64 anos, conforme relatórios da Polícia Civil ao quais O POVO teve acesso.

Enquanto Vinícius foi morto no último dia 30 de abril após sair de uma padaria do bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, Maria Madalena foi assassinada dentro de casa, em 5 de abril, no bairro Urucunema, em Eusébio, município da Região Metropolitana de Fortaleza.

No último dia 9 de maio, policiais civis cumpriram mandados de prisão temporária em desfavor dos soldados Rebeca Júlia de Almeida Canuto e Wellington Xavier de Farias e do cabo Rodrigo Aguiar Braga.

A defesa deles, realizada pelo advogado Kaio Castro, nega a acusação. O defensor diz que ainda não teve acesso à íntegra do inquérito, que está em segredo de Justiça, por isso, só irá manifestar-se “em momento oportuno”.

É Rodrigo quem também é investigado pela suposta participação no crime que vitimou Maria Madalena. A prisão dele e de seus colegas de farda, entretanto, se deu apenas no contexto da investigação da morte de Vinícius. O caso do Eusébio segue sem indiciamentos até o momento.

Em relação ao crime do Luciano Cavalcante, diligências realizadas pela 10ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) indicaram que Rodrigo e Wellington são os homens flagrados por câmeras de vigilância executando a vítima.

Já Rebeca Júlia seria proprietária de um carro flagrado por câmeras de segurança, na madrugada do dia do crime, em um “comboio” com homens que trafegavam na motocicleta que teria sido usada no assassinato.

Na manhã em que o crime foi registrado, o veículo também foi visto trafegando por regiões por onde os executores também passaram. A Polícia Civil acredita que ela teria dado apoio ao crime.

A placa da moto usada pelos criminosos era clonada. Os policiais civis analisaram câmeras de vigilância localizada em diversos pontos da cidade e constataram que a dupla partiu para o cometimento do assassinato da rua Nunes Feijó, localizada no bairro Jangurussu.

É citado no inquérito que a rua fica na mesma região onde mora um dos suspeitos, o cabo Rodrigo Aguiar. A investigação também apontou que a esposa de Rodrigo tem em seu nome uma moto cujas características “guardam semelhança” com o veículo utilizado pelos executores.

As câmeras de vigilância também flagraram os criminosos, após o homicídio, fugindo em direção à Cidade dos Funcionários. Em um matagal localizado na avenida Heitor de Oliveira Albuquerque, eles trocaram de roupa, abandonando as vestes usadas no momento da execução.

Outras provas contra os suspeitos foram colhidas durante o cumprimento de busca e apreensão em endereços ligados aos PMs. Na casa de Rodrigo, foi apreendido um bloco de anotações onde estava escrito o nome da padaria de onde Vinicíus havia saído instantes antes de ser assassinado.

Na residência, também foi apreendida a moto que a Polícia acredita ser a utilizada no crime. Rodrigo ainda foi flagrado por um drone arremessando um celular para um terreno localizado nos fundos da casa momentos antes da chegada dos policiais civis. O aparelho, porém, foi recuperado pelos investigadores.

Após serem presos, os PMs se valeram do direito de permanecer em silêncio. Eles também se negaram a fornecer material genético para que fosse feita comparação com o material genético encontrado nas roupas abandonadas pelos assassinos após o crime.

Motivação para o assassinato do empresário Vinícius Cunha Batista ainda é investigada

A prisão temporária em casos de crimes hediondos dura 30 dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo prazo. O inquérito prossegue para colher mais provas, que incluem a análise dos dados dos celulares apreendidos com os suspeitos. A motivação e o possível mandante do crime também ainda estão por ser descobertos.

Vinícius era empresário, com atuação na região do Vale do Jaguaribe. Ele era sócio-diretor do grupo de comunicação Uirapuru, além de disputar licitações públicas no ramo da iluminação pública. 

Vinícius havia ido ao local onde foi morto para se reunir com o secretário de Obras de Limoeiro do Norte, José Wilson Loures de Assis. Conforme o secretário, a reunião trataria de uma obra que Vinícius iria executar na Avenida do Contorno. José Wilson afirmou à Polícia Civil não saber o motivo pelo qual o empresário foi morto.

Morte de Maria Madalena Marques Matsunobu

No caso do assassinato da funcionária pública Maria Madalena Marques Matsunobu, a Polícia Civil aponta que, “segundo fontes humanas anônimas”, o cabo Rodrigo Aguiar foi contratado para executá-la. Outro PM também teria participado do crime, conforme uma denúncia anônima.

O crime ocorreu por volta das 3 horas da madrugada do dia 5 de abril. Os assassinos invadiram a casa da vítima e dispararam diversas vezes contra ela, que morreu no local do crime.

A Polícia apurou que, três dias antes do crime, pessoas dentro de um carro foram flagradas fazendo filmagens da casa de Maria Madalena. A placa do automóvel foi anotada e identificou-se, em consulta ao sistema de videomonitoramento da Prefeitura de Eusébio, que dois carros distintos ostentavam essa mesma placa.

No último dia 28 de abril, o Ministério Público Estadual (MPCE) concedeu mais 90 dias para a conclusão do inquérito. A investigação ainda busca confirmar a motivação do assassinato. Uma das linhas investigativas indica que o crime pode ter relação com a disputa pela guarda dos netos de Maria Madalena.

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