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Ceará registrou 62 mortes por intervenção policial em quatro meses de 2025
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Ceará registrou 62 mortes por intervenção policial em quatro meses de 2025

Estado registrou uma ocorrência a mais do que no período de janeiro a abril do ano passado. Dados são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, consolidados pelo O POVO
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Imagem de apoio ilustrativo. Ceará tem 62 mortes por intervenção policial no primiero quadrimestre de 2025 (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Imagem de apoio ilustrativo. Ceará tem 62 mortes por intervenção policial no primiero quadrimestre de 2025

No primeiro quadrimestre deste ano, o Ceará registrou 33% das mortes por intervenção policial do ano passado. De janeiro a abril deste ano, foram registradas 62 mortes. Ao longo de todo o ano passado, o Estado teve 189 óbitos por força policial.

Os dados são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), consolidados pelo O POVO, nesta terça-feira, 27. O número deste ano também representa uma redução na comparação com os primeiros quatro meses do ano passado, quando foi registrado apenas uma morte a mais.

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Entre os municípios com registro das mortes, Fortaleza lidera o ranking de óbitos com sete casos, seguido de Itapipoca, com quatro ocorrências. Em seguida aparece Santana do Acaraú e Amontada, com três mortes cada, entre outros municípios. Todas as vítimas eram homens com idades entre 15 a 48 anos.

O número de mortes por intervenção policial no ano passado foi o maior registro desde 2018, quando foram contabilizados 221 casos, representando ainda o aumento da quantidade de casos nesse cenário. Em 2023, foram 147 mortes, no ano anterior, foram 152, e, em 2021, o Estado registrou 125 mortes.

Entre os casos, estão as mortes de cinco homens em março passado registradas em duas ocorrências distintas de intervenção policial de suspeitos de praticar crimes. O primeiro caso foi registrado em Santana do Acaraú, município do Sertão de Sobral. Já a segunda ocorrência aconteceu em Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza. (RMF).

No mês anterior, dois adolescentes de 17 anos foram mortos por forças policiais no município de Juazeiro do Norte, na região do Cariri cearense. Na ocorrência, eles teriam efetuado disparos de arma de fogo contra uma equipe do havia atirado contra uma composição do Batalhão Especializado em Policiamento do Interior (Bepi).

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Um dos primeiros casos aconteceu em janeiro passado. Um adolescente suspeito de praticar assaltos na região do bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, morreu em intervenção policial. O suspeito teria assaltado um estabelecimento comercial na região. No crime, três outros adolescentes foram apreendidos pela Polícia Militar do Ceará (PMCE).

Confira os municípios com registro de mortes por intervenção policial:

Trairi
Tianguá
Tauá
Tabuleiro do Norte
Sobral
São Gonçalo do Amarante
Santana do Acaraú
Reriutaba
Mulungu
Morrinhos
Miraíma
Milhã
Massapê
Marco
Maranguape
Juazeiro do Norte
Jardim
Itarema
Itapipoca
Iguatu
Ibicuitinga
Horizonte
Guaraciaba do Norte
Guaiúba
Groaíras
Fortaleza
Forquilha
Farias Brito
Caucaia
Canindé
Boa Viagem
Barbalha
Arneiroz
Aracati
Amontada
Acaraú

Estado tem a quinta maior taxa de homicídio do País, aponta levantamento

Além das mortes decorrentes de intervenções policiais, outro dado preocupante refere-se aos Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs). O Ceará apresentou a quinta maior taxa de homicídios entre jovens de 15 a 29 anos, alcançando 72,8%.

Conforme o levantamento do Atlas da Violência 2025, divulgado no dia 12 de maio, o percentual supera a taxa nacional de 45,1%. Mesmo com a redução de 1% em relação a 2022, as taxas permanecem elevadas e adolescentes e jovens sendo os principais alvos da violência letal.

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Segundo o monitoramento do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca), a partir dos dados da Secretaria da Defesa Pública e Segurança Social do Estado do Ceará (SSPDS), 51% dos homicídios registrados em 2024 foram de crianças e jovens, considerando as idades de 0 a 29 anos.

Entre os casos com dados de raça e cor informados no levantamento, a maioria das vítimas era negra, com o percentual de 35%. Ainda segundo o Cedeca, considerando os dados deste ano, até o mês de abril de 2025, três crianças de 0 a 11 anos e 89 adolescentes entre 12 e 18 anos foram assassinados. Em quatro meses, o total de 92 crianças e adolescentes foram vítimas de violência letal no Estado.

 

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