Cerca de 438 mil pessoas foram vacinadas contra a gripe em Fortaleza, pouco mais de 16% da população. Destas, mais de 273 mil fazem parte do grupo prioritário, composto por mais de 1 milhão de pessoas.
Isso significa que, até agora, apenas 26% desse grupo recebeu a vacina. Os dados foram coletados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) entre 1º de abril e 15 de junho de 2025.
Após a abertura da campanha nacional de vacinação para toda a população, em abril de 2025, Fortaleza já apresenta avanço considerável na cobertura vacinal. Entre 25 de maio e 15 de junho, o total de doses aplicadas a todos os grupos aumentou de 269.078 para 438.889, um crescimento de aproximadamente 63%.
O avanço também é atribuído às ações de vacinação em locais de grande circulação, como shoppings e o mutirão Drive-Thru realizado no estacionamento do Centro de Eventos do Ceará.
LEIA MAIS | Vacina da gripe: mais de mil pessoas são imunizadas em shopping de Fortaleza
Nesse mesmo período, o número de vacinados do grupo prioritário subiu de 232.125 para 273.691 pessoas, um crescimento de cerca de 18%. O índice atual total (26,49%), contudo, ainda está distante da meta de vacinar pelo menos 90% desse grupo em Fortaleza.
Para ampliar a vacinação contra a gripe na Capital, a Prefeitura de Fortaleza iniciou ações de vacinação em terminais de ônibus. Os primeiros pontos a receber a iniciativa foram os terminais da Messejana e do Siqueira. As aplicação das vacinas seguem até esta quarta-feira, 18, e ocorrem das 10 h às 12 horas.
A vacina está disponível para toda a população a partir dos seis meses de idade e protege contra três cepas do vírus da gripe. Para se vacinar, basta apresentar um documento com foto e, se possível, o cartão de vacinação.
A estratégia de imunização em locais de grande circulação deve ser estendida, ainda neste mês, para os terminais da Parangaba, Conjunto Ceará, Antônio Bezerra, Lagoa e Papicu.
A coordenadora de imunização de Fortaleza, Vanessa Soldateli, destacou que a ação busca levar a vacina a locais de grande circulação de pessoas e alcançar principalmente os grupos prioritários que não têm comparecido aos postos de saúde.
“Desde o início dessas ações de vacinação em locais públicos, que ocorrem desde 20 de maio, já vacinamos mais de 15 mil pessoas do público-alvo. É um número importante, mas ainda muito baixo para Fortaleza”, destaca.
Soldateli lembra que a imunização ajuda a manter os serviços de saúde menos sobrecarregados. “Se só 26% da população está vacinada, significa que 74% ainda não estão protegidos. Imagine se 20% dessas pessoas adoecerem e precisarem ser hospitalizadas, os hospitais vão ficar lotados”, destaca.
Soldateli reforça a importância da vacina como proteção coletiva. “Cientificamente, dizemos que uma pessoa vacinada protege pelo menos 18 pessoas ao seu redor. Agora, se você não se vacinar e adoecer, pode transmitir a doença para pelo menos 11 pessoas. Ao se vacinar, você protege sua família, seus colegas de trabalho, sua comunidade”, destaca.
Para muitos usuários, como José Edmar da Rocha, de 70 anos, a aplicação da vacina no terminal facilita o acesso. “No posto de saúde, às vezes a gente não tem tempo de ir. Aí passa o tempo e a gente vai deixando e não toma. Aqui facilita bastante”.
Gerusa Ribeiro, empregada doméstica de 43 anos, que mora no Jangurussu, aproveitou a ação para vacinar toda a família: o marido Rogério e a filha Maria Gracielly, de 8 anos. “Eu estava no Vapt-Vupt e passei por aqui e vi a movimentação. Pensei logo em tomar a vacina. Porque a vacina é pra isso, né? Para cuidar da nossa saúde, evitar doença.”
A pequena Maria Gracielly, por sua vez, deixa claro que já entende a importância de se imunizar. “Se uma pessoa gripada chega perto de mim e eu não estiver vacinada, ela pode me passar gripe, principalmente na escola. Agora que estou vacinada, estou protegida. Meus pais me incentivam, às vezes dizem: ‘Hoje é dia de vacina, bora?’ Meu pai também diz: “Se minha filha é corajosa, eu também tenho que ir”, comenta.
No último mês de maio, o Ceará teve um pico de internações por vírus respiratórios em 2025, com um total de 1.866 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Durante o período, os vírus que mais causaram casos graves foram o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e o Influenza A.
Em comparação com Fortaleza, o cenário de vacinação contra a gripe no restante do Estado é mais avançado. Segundo dados do Ministério da Saúde, até o dia 16 de junho, cerca de 2.127.015 pessoas do grupo prioritário foram vacinadas contra a influenza no Ceará, o que representa aproximadamente 42,04% desse público.
Estão incluídas no grupos prioritários:
Fonte: Ministério da Saúde
A população de Fortaleza pode se vacinar contra a gripe em qualquer uma das 134 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), de segunda a sexta-feira. Aos fins de semana e feriados, a vacinação continua nos postos de saúde Geraldo Sobrinho (Pio XII), no bairro São João do Tauape; e Mattos Dourado, no bairro Edson Queiroz.