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UFC anuncia ganhadora de edital para produzir pele de tilápia para uso medicinal
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UFC anuncia ganhadora de edital para produzir pele de tilápia para uso medicinal

Objetivo é que o produto seja fornecido para o SUS, que atende 80% dos casos de queimadura no Brasil. A pesquisa que deu origem foi iniciada em 2015
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O Grupo Biotec será responsável por produzir a pele liofilizada da tilápia para uso em medicina regenerativa, como curativo no tratamento de lesões em humanos e animais, por meio de comunicado nessa terça-feira, 8. A pesquisa que estuda os benefícios é de origem da Universidade Federal do Ceará (UFC), em 2015 (Foto: Reprodução/ Viktor Braga (UFC))
Foto: Reprodução/ Viktor Braga (UFC) O Grupo Biotec será responsável por produzir a pele liofilizada da tilápia para uso em medicina regenerativa, como curativo no tratamento de lesões em humanos e animais, por meio de comunicado nessa terça-feira, 8. A pesquisa que estuda os benefícios é de origem da Universidade Federal do Ceará (UFC), em 2015

A Universidade Federal do Ceará (UFC) anunciou que o Grupo Biotec será responsável por produzir a pele liofilizada do peixe da espécie tilápia para uso em medicina regenerativa, como curativo no tratamento de lesões em humanos e animais, por meio de comunicado nessa terça-feira, 8. 

Pele de tilápia será utilizada no tratamento de animais feridos em enchentes no RS; VEJA

A empresa é ganhadora do edital que regulariza a exploração, sob licença exclusiva, da tecnologia. Publicado em janeiro deste ano, o texto estabeleceu critérios de lisura e transparência da seleção quanto a melhor escolha para a UFC.

Com a publicação do resultado, a etapa seguinte focará nos trâmites de contratação da empresa.

A Biotec é formada pelas unidades empresariais de Manaus, Fortaleza, Miami (Estados Unidos), com sede em São José dos Campos (São Paulo). O time formará um consórcio entre as unidades amazonenses e paulistas para empreender toda a logística de fabricação e venda do curativo.

O objetivo é que a pele de tilápia possa ser fornecida em kits para a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), que atende 80% dos casos de queimaduras no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde (MS).

Também caberá ao consórcio obter aprovação regulatória do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Relembre o estudo da UFC sobre a pele de tilápia 

Os estudos sobre o uso da tilápia na medicina regenerativa foram iniciados em fevereiro de 2015 por pesquisadores da UFC e pelo médico cirurgião Edmar Maciel, presidente do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), ex-diretor da Unidade de Queimados do Instituto Doutor José Frota (IJF) e coordenador-geral da pesquisa.

Segundo a Pró-reitoria de Inovação e Relações Interinstitucionais (Prointer) da Universidade, o trabalho foi desenvolvido em uma década.

Desde o início, a proposta contou com a realização do Núcleo de Pesquisas e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), coordenado pelo professor Manoel Odorico de Moraes Filho. A rede soma 101 projetos de pesquisa.

"Ao todo, 380 pesquisadores estão ou estiveram envolvidos nos estudos de desenvolvimento de novos produtos com a pele da tilápia, espalhados por nove países, como Colômbia, Argentina, Guatemala, Estados Unidos, Alemanha e Holanda", afirma a UFC.

Além de Edgar Maciel, também são inventores os professores Maria Elisabete Amaral de Moraes, Carlos Roberto Koscky Paier e Felipe Augusto Rocha Rodrigues, atualmente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).

A tecnologia obteve patente em 2024, concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). O passo seguinte foi lançar a oferta pública de licenciamento, com o objetivo de garantir a fabricação do biomaterial em larga escala e a utilização no tratamento das pessoas.

Entre as exigências do edital, a empresa deveria dispor de uma equipe técnica envolvida em pesquisa e inovação, apresentar um modelo de negócios e uma proposta de percentual de royalties. Todo o processo foi realizado e acompanhado pela Prointer. 

Além da pele liofilizada, foram desenvolvidos a pele no glicerol, a matriz acelular e o colágeno purificado de pele de tilápia, para os quais existem ou foram solicitadas patentes no Brasil e no exterior.

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