Um grupo foi preso suspeito de lavar dinheiro para a facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Ceará, além de atuar no tráfico de drogas no Estado. Ao todo, foram presas cinco pessoas, sendo quatro por mandados de prisão e um em flagrante em Fortaleza e nos municípios de Caucaia, Trairi e Quixeramobim.
Com eles, foram apreendidos cheques que totalizaram R$ 1,5 milhão e quatro veículos entre eles carros das marcas Audi e Corolla, que totalizaram R$ 3 milhões. Foram dois carros e uma motocicleta no Ceará e um carro no estado do Paraná. A ação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), realizada, ontem, 15, também apreendeu aparelhos celulares com os suspeitos.
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Conforme o delegado seccional de Caucaia, Rômulo Melo, a investigação, iniciada em 2022, revelou a ligação de um empresário da cidade de Toledo, no Paraná, com traficantes cearenses que atuavam na região litorânea do Estado, em Jijoca de Jericoacoara e no Cumbuco, em Caucaia. Foi identificado que o paranaense adquiria drogas na fronteira do Paraguai e enviava para o Estado utilizando a sua empresa.
Ele enviava os entorpecentes para o Ceará e outros estados, como Piauí e São Paulo. No Estado, os entorpecentes chegam, principalmente, para Fortaleza e Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), e são distribuídos para o tráfico de drogas do CV. O dinheiro do tráfico retornava para ele por Pix e depósito em dinheiro.
Além dele, outros empresários de diversos ramos começaram a atuar no esquema criminoso, seguindo no modus operandi do chefe do Paraná, revelando o esquema criminoso do grupo denominado “Tropa do Empresário”, que se aliaram ao CV. Na operação da Polícia Civil, pelo menos três empresários tiveram tornozelomento eletrônico implantado.
O delegado Rômulo informou que os traficantes cearenses utilizavam as empresas desses estados para lavar o dinheiro do grupo criminoso. Na operação, foram mais de cem policiais no Ceará e contando com os policiais civis de outros estados. Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva, e seis mandados cautelar a diversa da prisão para colocar tornozeleira nos alvos.
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A operação também resultou no bloqueio de mais de 24 contas bancárias, entre pessoas físicas e jurídicas. O delegado informou que alguns dos empresários tinham diversas empresas. Um deles, que atuava em Fortaleza e Caucaia, tinha loja de roupas, um bar, um restaurante e outra empresa do ramo artístico, que promovia eventos.
O titular do Departamento de Polícia Metropolitana, Matheus Araújo, reafirmou que essa é a primeira fase da investigação desse grupo. “Essa investigação iniciou em 2022 e veio maturando até hoje, quando deflagramos a primeira fase com o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão, 16 mandados de busca, sequestro de 16 veículos de alto padrão e sequestro e bloqueio de 14 CPFs e dez CNPJs”, disse.
Ainda segundo Araújo, foi determinado sequestro de até R$ 50 milhões de reais em face de cada um dos CPFs e CNPJ alvo da operação. O delegado ressaltou que a investigação segue em andamento ao longo dos dias para identificar demais informações das ações das polícias civis dos demais estados alvos das ações.