Uma plataforma nacional para localizar pessoas desaparecidas foi lançada nessa terça-feira, 26, no Ceará. A ferramenta, Ferramenta, uma iniciativa do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil (Concpc) vai reunir, em um único sistema de comunicação, informações de todas as investigações conduzidas pelas polícias civis do País relacionadas a casos de desaparecidos. Com isso, a PC-CE passa a utilizar a ferramenta para localizar as pessoas.
A informação foi divulgada pelo delegado-geral da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), Márcio Gutierrez, que preside o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil (Concpc), responsável pela nova ferramenta, durante o 4° Encontro Nacional de Tecnologia e Inteligência para Líderes e Gestores da Polícia Civil, em Fortaleza.
Segundo o delegado-geral, a criação da plataforma surgiu diante das dificuldades enfrentadas pelas polícias civis. “Essa ferramenta veio através de uma problemática que nós tínhamos: a dificuldade de compartilhar informações de pessoas desaparecidas”, disse o delegado.
Ainda segundo Gutierrez, o sistema vai integrar informações compartilhadas entre as corporações. “São informações dos desaparecidos, informações de inteligência que se relaciona aquela pessoa, alguma questão que aquela pessoa estivesse vivenciando, fotos, características, tudo que puder facilitar o trabalho de localização delas”, explica.
A plataforma funcionará como um canal de comunicação entre as polícias civis. A ferramenta foi apresentada a todos os chefes das polícias durante o encontro, que teve início nesta terça-feira, 26, e segue até a sexta-feira, 29. O delegado-geral e presidente do Concpc disse que a plataforma entrou em operação imediatamente após o lançamento.
No ano passado, a Polícia Civil do Ceará (PC-CE), por meio da 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (12ª DHPP), localizou 1.111 pessoas em Fortaleza entre janeiro e dezembro de 2024.
O número representa um aumento de 19% em relação a 2023, quando 933 pessoas foram encontradas. Desse total, 871 foram encontradas com vida.
Além de entender como o sistema vai funcionar, os gestores vão debater sobre oito temas nos próximos dias. São eles: acesso a banco de dados; inteligência artificial para investigações e automação; sistema nacional de inteligência; equipamentos e ações de operações; compartilhamento de códigos; compras coletivas; portal nacional de pessoas desaparecidas; e cartas precatórias.
Leia Mais | Conflitos silenciosos, crimes que gritam
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), destacou que, com o encontro, os gestores estaduais vão poder discutir as formas de padronizar procedimentos e ampliar a cooperação entre as forças de segurança.
Segundo ele, o objetivo é facilitar o compartilhamento de informações e o acesso a tecnologias que permitam investigar com mais profundidade organizações criminosas.
“As organizações atuam em todos os estados brasileiros e efetivamente todo mundo tem algum grau de informação sobre essas organizações e determinada informação, por exemplo, que a inteligência do Rio de Janeiro possa ter sobre determinada organização, pode colaborar muito com o Ceará”, disse.
Após ser questionado sobre o possível avanço do Comando Vermelho (CV) em Fortaleza, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), afirmou que a política do Estado é enfrentar todas as organizações criminosas. A facção vem sendo responsabilizada por casos de expulsões e homicídios na Capital após disputas territoriais, principalmente no bairro Vicente Pinzón.
De acordo com ele, cabe ao "Estado derrotar todos os grupos criminosos". “Nós fizemos ações nesses dias com a prisão de mais de 130 integrantes, seja do Comando Vermelho, seja da GDE [Guardiões do Estado], a organização que for”, disse o governador.
Ainda segundo o chefe do Executivo, o Estado registrou aumento de mais de 50% nas prisões que dizem respeito à facções criminosas. Ele afirmou que mais diligências e, principalmente, a identificação de responsáveis das facções estão sendo realizadas. “Nós vamos cada vez mais procurá-los e prendê-los, independente de qual organização criminosa eles integrem”, pontua.
Atualizada às 16h17min