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Ceará é o estado do NE que mais empregou pessoas com deficiência em 2024, diz Governo
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Ceará é o estado do NE que mais empregou pessoas com deficiência em 2024, diz Governo

Dados foram divulgados pela Secretaria do Trabalho (SET), nessa segunda-feira, 20, durante a entrega do selo "Empresa Completa, Empresa que Inclui"
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Premiação do selo Empresa Completa, do Governo do Estado do Ceará, a empresas que mais contratam PcD  (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Premiação do selo Empresa Completa, do Governo do Estado do Ceará, a empresas que mais contratam PcD

Um total de 952 Pessoas com Deficiência (PcD) foi contratada por empresas no Ceará por meio do sistema público de emprego em 2024. De acordo com informações divulgadas pela Secretaria do Trabalho (SET), o número de contratações desse porte foi o maior entre os estados do Nordeste.

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Dados foram expostos nesta segunda-feira, 20, durante a entrega do selo “Empresa Completa, Empresa que Inclui”. Na cerimônia, realizada no Palácio da Abolição, em Fortaleza, o Governo do Estado homenageou 15 organizações que mais inseriram esse grupo em seus quadros de funcionários. 

Foram homenageados neste ano os empreendimentos: Assai Atacadista, Coopershoes Calçados, Dakota Nordeste, Colégio Christus, Sesc, Colégio Antares, Pinheiro Supermercado, Ecofor Ambiental, Cocalqui, Sapataria Nova, Fribal, Oto Santos Dumont, Farmace, Unifametro e Teclav.

Presente na ocasião, a vice-governadora Jade Romero destacou a importância de reconhecer as empresas que "têm feito para além do seu papel", garantindo a inclusão e "fortalecendo a sociedade". 

"Quando nós estamos juntos, nós somos imparáveis, quando nós trabalhamos juntos, nós conseguimos caminhar e fazer ainda mais. E hoje (estamos celebrando) não só essas 15 empresas, que foram as empresas que mais incluíram e empregaram pessoas com deficiência, mas que o estado do Ceará é o estado do Nordeste que mais inclui", frisou a gestora durante discurso realizado na ocasião. 

De acordo com o titular da Secretaria do Trabalho (SET), Vladyson Viana, que também esteve na cerimônia, o Ceará empregou, por meio do Sistema Nacional de Emprego (Sine), quase mil PcD no ano passado. 

"Isso coloca o Ceará como o estado do Nordeste que mais incluiu PcD a partir do sistema público de emprego (...) E o nosso esforço aqui é construir um círculo virtuoso (...) É criar um movimento positivo, de inserção, de inclusão, a partir desse sentimento de que esse trabalhador pode sim e contribui muito com a economia cearense, e também com os resultados dessas empresas", destacou. 

Conforme Governo do Ceará, o Estado é o terceiro no ranking nacional quanto ao número de pessoas deficientes empregadas no ano passado, mas não chegou a informar sobre os dois primeiros. Já em 2023 e 2024, no geral, foram 2.567 trabalhadores que receberam uma oportunidade de emprego no Estado.

Inclusão

Em sua 14° edição, o selo “Empresa Completa, Empresa que Inclui” é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio do IDT e da SET. A cerimônia desta segunda-feira, 20, reuniu trabalhadores PcD, como Glemison Sinarega, 33, que há oito anos trabalha como atendente de balcão no Pinheiro Supermercado. 

Para o profissional, que tem microcefalia, a oportunidade de trabalho o ajudou a se sentir incorporado à sociedade: "Eu me sinto mais incluído no sistema, mais pertencente ao sistema".

Iris Natalier, 37, compartilha do sentimento. Ela, que tem deficiência física, trabalha há quase um ano como assistente administrativa pelo Sistema Fecomércio e diz que o olhar da sociedade está mudando. 

"Eu me sinto muito mais incluída, eu sinto que eu posso ter mais oportunidades. Tanto de conhecimento, tanto como profissional, hoje em dia mudou muita coisa pra gente (...) antigamente a gente não tinha voz, todo mundo acha que só porque a gente é deficiente é limitado. Não, a gente não tem limitação, nossa limitação é só física", destaca. 

Renayra Viera, 30, descobriu ser monocular (com visão de um dos olhos comprometidas) já quando adulta. Atualmente ela trabalha como assistente de gestão de pessoas na Ecofor, onde contrata PcD.

"Eu estou dos dois lados, como uma pessoa com deficiência e contratando. É importante ter uma pessoa que tenha essa sensibilidade para reconhecer ali a pessoa com deficiência, ver as suas potencialidades e também o que ela pode entregar de 100% dela, pois uma pessoa com deficiência não é limitada", diz. 

Já Paulo Henrique, 59, usa cadeira de rodas para se locomover e atualmente trabalha como assistente de acessibilidade do Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), ajudando a desenvolver projetos do porte. Ele diz se sentir mais incluído no mercado, mas pontua que a inclusão ainda precisa ser expandida. 

"Eu acho que as empresas perceberam que inclusão, acessibilidade e diversidade é o mote, é o nicho mesmo do mercado, então eu me sinto incluído, mas ainda é (um movimento) muito, digamos, principiante. (...) Acessibilidade não é só ter rampas, é preciso ter muito mais do que isso, então acho que há uma proposta de acessibilidade (Mas) às vezes a cidade não promove essa acessibilidade", diz. 

BRASIL

Conforme o Governo, o Estado é o 3º no ranking nacional quanto ao número de PcD empregadas em 2024, mas não informou sobre os dois primeiros

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