Mesmo com as chuvas registradas no início da manhã deste domingo, 2, o cemitério Parque da Paz, no bairro Passaré, registrou movimentação tranquila de quem queria prestar homenagens aos entes queridos que já se foram no Dia de Finados.
O movimento de chegada estava organizado, mas no decorrer da manhã alguns visitantes enfrentaram engarrafamento para conseguir entrar no cemitério. Agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) orientavam o acesso.
O Parque da Paz teve missas às 9 horas e terá às 16 horas, com padres da Comunidade Shalom. Muitos aproveitaram o momento de homenagem para participar da missa pelos fiéis defuntos. A tenda posta pela administração estava lotada.
O advogado Augusto Sampaio, 29 anos, veio com a mãe Lucineide para homenagear o pai, falecido em 2022, e a avó materna, que faleceu no último dia 15 de abril.
Para a família, o momento ainda é de tristeza. Lucineide admite que, para ela, o momento em que perdeu a mãe “parece ter sido ontem".
O dia de visitar os falecidos é programação anual para o aposentado Antônio Juremir Pompeu, 68 anos. Ele foi visitar os pais e a avó e aguardava pela chegada dos irmãos e da tia para prestar as homenagens.
A mãe faleceu em maio e Juremir se emociona ao lembrá-la e garante: “Todo Dia dos Pais, Dia das mães Finados, são os dias que eu não falto”.
Para a funcionária pública Rossileide Maia Martins, 56 anos, o Dia de Finados é a oportunidade para visitar os entes queridos que já se foram e fazer os trabalhos de preservação na sepultura dos pais e da irmã. Ela afirma que sente alegria em fazer esse trabalho todos os anos.
“Eu tenho um cuidado muito especial (com a sepultura) pois tenho aqui pessoas muito queridas. Isso significa muito para mim. Eu fui criada com a minha mãe cuidando de uma sepultura também, então tenho o maior carinho”, conta ela.
E a tradição já passa para a nova geração: o filho da funcionária pública, o pequeno Nicolas, 7 anos, já rega a sepultura da avó, orientado pela mãe.
A família de Rossileide sofreu com as mortes na segunda onda da pandemia do Covid-19, em 2021. A mulher relembra que ela, a mãe e a irmã foram internadas na mesma época. Enquanto ela se recuperou, as parentes faleceram com apenas dias de diferença.
No maior cemitério de Fortaleza, o movimento foi intenso durante a manhã, com as visitas e as missas pelos Fiéis Defuntos realizadas na capela. O arcebispo de Fortaleza, Dom Gregório Paixão, celebrou às 9 horas.
Dom Gregório destacou que, apesar do clima fúnebre relacionado à morte, o Dia de Finados para os cristãos deve significar que "estamos adormecidos para a ressurreição futura".
"Na morte não nos é dado uma sentença definitiva de derrota, mas uma passagem para a vida. Portanto, estamos aqui para celebrar os que já estão diante de Deus. Nosso coração deve ser sempre grato", elenca o clérigo.
Além dos túmulos familiares e particulares, o cemitério São João Batista abriga jazigos de instituições religiosas, como o Congregação das Filhas de Sant'Ana.
Missas
Segundo a Arquidiocese de Fortaleza, todas as 148 paróquias vinculadas à entidade celebraram a Missa dos Fiéis Defuntos