Outubro foi o mês com o maior número de assassinatos no Ceará em 2025. Foram registrados nesse período 284 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que são a soma de homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Agosto era o mês com mais óbitos: 281. O dado representa também um aumento de 5,9% em relação a outubro de 2024, quando o Estado somou 268 assassinatos.
O número consta em balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) na manhã desta quarta-feira, 12, e é 5,5% maior do que o total de assassinatos registrados em setembro.
No geral, o levantamento mostra que o Ceará registrou 2.523 CVLIs ao longo dos dez primeiros meses deste ano de 2025. Dos homicídios identificados em outubro, 121 aconteceram no Interior do Estado, com 27 das ocorrências sendo registradas na Área Integrada de Segurança Pública (AIS) 14, que compreende municípios como Alcântaras, Barroquinha, Camocim, Cariré, Carnaubal, Chaval e Coreaú.
Número de CVLI's registradas no Ceará em 2025:
Janeiro (269);
Fevereiro (206);
Março (254);
Abril (202);
Maio (267);
Junho (231);
Julho (260);
Agosto (281);
Setembro (269);
Outubro (284).
O balanço também indica que o índice de assassinatos ocorridos no Interior do Estado em outubro apresenta uma leve queda quando comparado a setembro, período em que a localidade registrou 125 homicídios.
Já a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) concentra 110 dos casos de CVLIs que aconteceram no mês passado, apresentando aumento de 39% quando comparado a setembro (79). Caucaia e Maracanaú são os municípios metropolitanos com o maior número de mortes: com 31 e 24 ocorrências, respectivamente.
Em Fortaleza, o quantitativo de assassinatos apontado no levantamento foi de 53. Em setembro o mesmo índice havia sido de 65, o que significa que houve uma queda de 18% no número de (CVLIs) na Capital.
Na análise geral, dos 281 casos de CVLIs registrados em outubro, em 250 (95%) deles houve registro de uso de arma de fogo e em 20 deles foi usado arma branca. Um total de 13 dos assassinatos aconteceram por "outros meios" e há um homicídio cometido por "meios não informados". Quanto ao perfil das vítimas, a maioria predominante se trata de homens, sendo 250 (88%) dos casos.
Em nota encaminhada ao O POVO, a Secretaria de Segurança pontua que no recorte dos dez primeiros meses o Estado apresentou queda de 7% do número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs). Foram 2.523 ocorrências neste ano contra 2.713 identificadas no mesmo período do ano passado.
Fortaleza também apresentou uma diminuição de 8,2% no número de CVLIs nos dez primeiros meses de 2025, registrando 642 casos de CVLIs contra 699 ocorrências sinalizadas no mesmo período de 2024.
No entanto, o Interior Sul é a região do Interior do Estado que registrou a maior redução no número de CVLI's, com -17,9%. Foram 454 casos do tipo de janeiro a outubro deste ano, contra 553 casos registrados no mesmo período do ano passado, "uma variação de menos 99 ocorrências nesse intervalo".
A pasta também frisou a realização de ações de segurança para reduzir crimes do tipo. Entre investimentos houve a entrega, em outubro deste ano, da 80ª base do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio/PMCE) e de uma central de videomonitoramento no município de Cedro (AIS 21). O Estado conta atualmente com 4.215 câmeras distribuídas pelo território, sendo 2.375 do Governo do Estado e 1.840 de órgãos parceiros, que contribuem no monitoramento e no reforço da segurança.
Também houve a entrega, no dia 1° de outubro recente, de 2.700 coletes balísticos à Policia Militar do Ceará (PMCE), totalizando 9.113 equipamentos do porte já entregues desde 2023.
Das 284 ocorrências de mortes violentas que foram registradas no Ceará em outubro, 41 aconteceram durante intervenções policiais, sendo esse o maior quantitativo já identificado em um mês desde 2013, quando a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) passou a computar dados do tipo.
Conforme arquivos disponibilizados pela pasta, abril de 2020 havia sido o mês com o maior número de óbitos ocorridos durante a realização de intervenções policiais, contabilizando 35.
Número de mortes registradas em operações policiais no Ceará em 2025:
Janeiro (16);
Fevereiro (17);
Março (19);
Abril (10);
Maio (12);
Junho (10);
Julho (19);
Agosto (14);
Setembro (9);
Outubro (41).
De acordo com o levantamento da SSPDS, nos dez primeiros meses deste ano de 2025 foram contabilizadas 167 mortes durante ações de agentes de segurança nos municípios cearenses. Entre setembro e outubro houve um disparo de 35% de ocorrências do porte no Estado, indo de 9 para 41 casos.
O quantitativo de óbitos do tipo registrados no mês passado chega a se igualar ao número que foi observado em todo ano de 2013, de acordo com arquivos da pasta de segurança.
Entre os casos registrados em outubro está uma ação realizada em Canindé, a 118,60 km da Capital Fortaleza, que resultou no óbito de sete suspeitos. Na ocasião, indivíduos ligados a uma facção criminosa se preparavam para atacar desafetos de uma organização rival quando foram surpreendidos por equipes policiais. Com os homens foram apreendidos armas de fogo, munições e drogas.
Procurada pelo O POVO, a SSPDS informou que as ocorrências decorrentes de intervenção policial acontecem quando há a necessidade do agente de segurança "neutralizar uma ameaça iminente, visando proteger as pessoas ao redor e a si próprio".
"As mortes decorrentes de intervenção policial não são consideradas intencionais, pois, até prova em contrário, configuram excludentes de ilicitude, situações em que a ação ocorre por estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito", destaca.
A pasta destaca ainda que todas essas ocorrências "são tratadas com seriedade e transparência", com dados publicados mensalmente no portal da instituição, frisando que os casos "são apurados de forma aprofundada e imparcial" pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) e remetidos ao Ministério Público do Ceará (MPCE), com investigações também sendo acompanhadas pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
O órgão reitera ainda que os policiais cearenses passam por cursos de formação e capacitação continuada, baseados na matriz curricular da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Segurança Pública (Senasp/MSP). Durante a formação, é "contemplada uma abordagem humanizada e técnica, voltada à resolução de conflitos e às questões sociais".
Recorde de mortes por intervenções policiais
Das 284 ocorrências de mortes violentas que foram registradas no Ceará em outubro, 41 aconteceram durante intervenções policiais, sendo esse o maior quantitativo já identificado em um mês desde 2013, quando a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) passou a computar dados do tipo.
Conforme arquivos disponibilizados pela pasta, abril de 2020 havia sido o mês com o maior número de óbitos ocorridos durante a realização de intervenções policiais, contabilizando 35.
De acordo com o levantamento da SSPDS, nos dez primeiros meses deste ano de 2025 foram contabilizadas 167 mortes durante ações de agentes de segurança nos municípios cearenses. Entre setembro e outubro houve um disparo de 35% de ocorrências do porte no Estado, indo de 9 para 41 casos.
O quantitativo de óbitos do tipo registrados no mês passado chega a se igualar ao número que foi observado em todo o ano de 2013, de acordo com arquivos da pasta de segurança.
Entre os casos registrados em outubro está uma ação realizada em Canindé, a 118,60 km da Capital Fortaleza, que resultou no óbito de sete suspeitos. Na ocasião, indivíduos ligados a uma facção criminosa se preparavam para atacar desafetos de uma organização rival quando foram surpreendidos por equipes policiais. Com os homens foram apreendidos armas de fogo, munições e drogas.
Procurada pelo O POVO, a SSPDS frisou que as ocorrências decorrentes de intervenção policial acontecem quando há a necessidade do agente de segurança "neutralizar uma ameaça iminente, visando proteger as pessoas ao redor e a si próprio".
"As mortes decorrentes de intervenção policial não são consideradas intencionais, pois, até prova em contrário, configuram excludentes de ilicitude, situações em que a ação ocorre por estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito", destaca.
A pasta afirma ainda que as ocorrências "são tratadas com seriedade e transparência", com dados publicados mensalmente no portal da instituição e que os casos "são apurados de forma aprofundada e imparcial" pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) e remetidos ao Ministério Público do Ceará (MPCE), com investigações também sendo acompanhadas pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
O órgão informa que os policiais cearenses passam por cursos de formação e capacitação continuada, baseados na matriz curricular da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Segurança Pública (Senasp/MSP). Durante a formação, é "contemplada uma abordagem humanizada e técnica, voltada à resolução de conflitos e às questões sociais".
Dados de 2025
Número
de CVLI:
Janeiro (269)
Fevereiro (206)
Março (254)
Abril (202)
Maio (267)
Junho (231)
Julho (260)
Agosto (281)
Setembro (269)
Outubro (284)
Número de mortes em operações policiais:
Janeiro (16)
Fevereiro (17)
Março (19)
Abril (10)
Maio (12)
Junho (10)
Julho (19)
Agosto (14)
Setembro (9)
Outubro (41)
2025
Entre setembro e outubro deste ano houve um disparo de 35% de ocorrências do porte no Estado, indo de 9 para 41 casos