O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), afirmou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 teve um balanço “positivo” e que foi “um dos maiores Enem dos últimos anos”, mesmo após o episódio envolvendo possíveis fraudes e a anulação de três questões. A declaração foi dada nesta segunda-feira, 24, no Congresso Nacional, em Brasília, durante sessão solene em homenagem aos 190 anos da Assembleia Legislativa do Ceará.
“O Enem foi um dos maiores dos últimos anos. Foram quase 5 milhões de inscritos. Mais de 585 mil pessoas trabalharam na logística dos dois dias de prova”, destacou. O ministro lembrou ainda que, pela primeira vez, detectores de metais foram instalados em todas as salas de aplicação. “São mais de 120 mil salas — e você não viu nenhuma intercorrência nos dois dias de prova”, completou.
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Camilo mencionou o caso que ganhou repercussão após a circulação da live de um universitário cearense, em Sobral, que continha itens semelhantes aos da prova. O episódio motivou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) a anular três questões.
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Segundo o ministro, a verificação técnica concluiu que os itens não eram idênticos, mas similares. “A decisão foi anular esses três itens para não prejudicar os milhões que fizeram o exame”, afirmou.
Ele classificou o Enem como um “patrimônio do povo brasileiro” e lembrou que o exame é a maior política pública de acesso ao ensino superior no País, devendo estar “acima de qualquer questão política ou partidária”.
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Em entrevista ao O POVO, Camilo também falou sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE), cuja aprovação, segundo ele, precisa ocorrer ainda em 2025. O atual PNE está em fase de transição, enquanto o Congresso debate as metas para o próximo decênio.
“Conversei com o presidente Hugo Motta sobre a importância de votar ainda esta semana para que o texto chegue ao Senado ainda neste mês”, disse.
Entre as metas discutidas para o novo PNE estão: universalização da alfabetização plena, a ampliação da pré-escola e das vagas em creches, o aumento da cobertura de escolas públicas com jornada integral e a expansão do acesso à internet nas unidades de ensino.
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Para o ministro, o debate do novo plano foi “bom”, o texto está “de qualidade”, e as alterações feitas pela Câmara são positivas. Ele cita como avanços a inclusão de metas relacionadas ao meio ambiente, à alfabetização e à ampliação da escola em tempo integral.
“O ponto mais importante é garantir ferramentas de acompanhamento e controle das metas”, afirma. Para Camilo, o monitoramento também deve incluir mecanismos de fiscalização pela sociedade civil. (Colaborou Guilherme Gonsalves/O POVO)