Os moradores de Fortaleza ganharam um novo local para o acompanhamento de pacientes com transtornos do neurodesenvolvimento. Inaugurado nesta segunda-feira, 22, o Espaço Girassol do bairro Passaré deverá fazer até sete mil atendimentos por mês, para crianças e adolescentes neurodivergentes da Regional 5.
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A nova unidade surge em um momento de alta demanda pelos serviços na Capital, onde segundo dados da Prefeitura, cerca de 40 mil pessoas estão à espera de diagnósticos, sem ao menos terem começado o tratamento.
O número representa duas vezes mais pessoas na fila por diagnósticos do que no início do ano, quando cerca de 20 mil pessoas esperavam a confirmação de transtornos. Segundo a primeira dama de Fortaleza, Cristiane Leitão, o cenário levará à implementação de mutirões aos fins de semana no Centro de Diagnósticos, a fim de diminuir o atraso.
"A fila só cresce. Hoje nós estamos recebendo muitas pessoas do Brasil inteiro. Pessoas estão vindo morar em Fortaleza para conseguir diagnóstico e atendimento. Nosso foco no próximo ano vai ser fazermos mutirões para a gente diminuir essa fila. Em um ano não vamos conseguir zerar, mas estamos fazendo todos os esforços com nossos servidores e equipe multidisciplinar para dar vazão a essa fila", afirma.
É após o diagnóstico que entram os serviços ofertados nos Espaços Girassol, como musicoterapia, mobilidade, fisioterapia e reforço no aprendizado de atividades do cotidiano. Ainda na inauguração, a nova unidade já ganhou seu primeiro paciente, o pequeno Miguel Brasil, 5, que já realiza acompanhamento na policlínica e agora almeja conseguir tratamentos complementares no equipamento.
"Ele já é acompanhado aqui. Faz fono, psicóloga... para ele só tá faltando a terapia ocupacional. Espero conseguir agora porque ele está precisando muito da terapia ocupacional. O que está servindo para ele são as terapias", conta Zilda Moreira, 63, avó de Miguel.
Atualmente, Fortaleza conta com duas unidades do Espaço Girassol, a do Passaré, inaugurada nesta segunda-feira, e a Bonsucesso, em atividade desde o mês de setembro. Para 2026, a expectativa é de que esse número salte para cinco, com equipamentos nas Secretarias Regionais (SERs) 7, 9 e 11.
O primeiro deles será o da Regional 11, que deve começar a funcionar na policlínica Dr. Lusmar Veras Rodrigues entre os meses de março e abril. A previsão também inclui a entrega do quarto Espaço Girassol na cidade para meados de julho e agosto, na policlínica Dr. João Pompeu Lopes Randal, bairro Jangurussu.
O quinto equipamento deverá ser entregue até o final de 2026 em uma unidade de saúde da Regional 7, que de acordo com a Prefeitura, ainda não foi definida.
"Esse é o terceiro equipamento. Terceiro em um ano difícil, mas que no próximo ano estaremos entregando mais três para a população fortalezense, no sentido de que a gente possa estar acolhendo, acompanhando crianças e jovens com algum tipo de neurodivergência com serviços humanizados", pontua o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT).
O número de atendimentos mensais realizados nos Espaços Girassol também deve aumentar nos próximos meses. Junto aos novos sete mil no Passaré, a unidade Bonsucesso deverá ter o serviço incrementado de 3.500 para sete mil, somando 14 mil atendimentos por mês na Capital.
"A gente pretende cada vez mais ir diminuindo essa fila. Abrindo complexos Girassol para a gente poder reduzir esse quantitativo de pessoas", disse a titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Riane Azevedo.
A perspectiva atual da Prefeitura é de que cada unidade da rede Girassol inaugurado realize 7 mil atendimentos por mês. Até 2028, 13 equipamentos devem ser entregues, sendo 12 Espaços Girassol (cinco até 2026) e um Centro de Diagnósticos (já em funcionamento).
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