Com as festas de fim de ano chegando, a procura para começar 2025 com uma boa aparência já vem tomando conta dos brasileiros. Esse cenário vem gerando uma grande procura por procedimentos estéticos no país, aliás quem não quer se sentir mais bonito?
Um termo que vem se popularizando nos últimos anos é a harmonização facial, a qual se refere a um conjunto de técnicas de procedimentos estéticos minimamente invasivos. Mais de 47 mil pessoas realizam essa intervenção anualmente no Brasil, segundo um estudo realizado pela revista norte-americana Plastic and Reconstructive Surgery.
Já a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética colocou o nosso país na segunda posição mundial dos que mais realizaram tratamentos estéticos em 2023. E os principais fatores por trás disso? Para além da boa autoestima, a influência midiática e a pressão social do nosso século foram chaves importantes nesse cenário.
“Sabemos que vivemos em uma sociedade onde a imagem, principalmente o rosto, expressa muita coisa, até mesmo sucesso. É preciso problematizar uma sociedade de consumo que busca corpos perfeitos, e escondem e camuflam sofrimentos daqueles que realizam esses procedimentos sem uma reflexão crítica”, explica a psicóloga clinica Janara Pinheiro.
Autora do livro “As cirurgias estéticas na sociedade de consumo (2022)”, Janara ressalta a importância de um acompanhamento psicológico para esse processo, além do entendimento dos sentidos sociais e subjetivos por trás desse corpo.
“O rosto é a sua aparência pessoal, é como se fosse o seu cartão postal. Existe um risco psicológico de desenvolver transtornos relacionados a essa imagem corporal. Cada vez mais os médicos estão atentos a importância de um acompanhamento psicológico do paciente, é um trabalho em parceria para auxiliar a pessoa nessa tomada de decisão”, ressalta.
A especialista afirma que cada vez mais a procura por esses procedimentos vem crescendo entre os jovens, fruto de padrões de beleza imposta em nosso século. Para ela, existe também uma lógica capitalista, sendo preciso o entendimento dos limites das renúncias para a realização desse método.
“O nosso corpo tem sua própria anatomia. Ele diz da sua história, da sua ascendência e da sua etnia. Existe uma idealização do que é bonito, e as pessoas não podem perder as suas peculiaridades para não existi uma certa dominação em relação às culturas. Além disso, tem que ter muito cuidado com os sacríficos feitos em nome de um ideal”, alerta.
Conforme a médica esteticista, dra. Jeovana Mourão, esses procedimentos têm um objetivo de gerar resultados naturais, respeitando a anatomia e trazendo harmonia a essas pessoas. “Sempre tem que avaliar e identificar as áreas que precisam fazer esses ajustes, além de planejar as técnicas e saber quais produtos e materiais vão ser utilizados”, afirma.
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Harmonização facial para além da estética
Segundo ela, para que os profissionais dessa área alcance a satisfação e o conceito de beleza do paciente, é necessária uma avaliação personalizada e individualizada para um entendimento completo do objetivo e desejo dele, isso contribui para o alcance de bons resultados e evita complicações futuras.
“Essa conversa é para escutar a sua expectativa e alinhar as possibilidades reais. É necessário saber o histórico de saúde médico dessa pessoa, pois algumas doenças têm contraindicações. A gente como profissional tem um papel de educador, sendo preciso ser realista sempre”, diz a especialista.
A harmonização facial incide sobre diferentes regiões do rosto como o nariz, testa, queixo, olheiras, malar e bochechas. As intervenções em cada uma das regiões do rosto pode variar de pessoa para pessoa mediante as imperfeições que se pretendem corrigir.
Entre elas estão a diminuição de rugas, o preenchimento labial, a redução de olheiras, o tratamento de marcas de expressão, a redução da papada, a definição de mandíbula, as mudanças no nariz, o aumento do queixo e a correção do sorriso.
“Os principais tratamentos considerados na harmonização facial incluem o preenchimento com ácido hialurônico, aplicação de toxina botulínica — o famoso Botox —, além dos bioestimuladores de colágeno, produtos que estimulam o organismo a produzir colágeno naturalmente”, esclarece a dra. Jeovana.
Fios de sustentação e os lasers também não ficam de fora. “A maioria desses procedimentos oferece resultados satisfatórios quando as técnicas e os produtos são combinados”, conclui.
Sobre a procura excessiva desse procedimento, a psicóloga clinica Janara Pinheiro reflete sobre os problemas de saúde mental e os sentimentos negativos ocasionado pelo uso dos filtros nas redes sociais.
“É preciso se organizar internamente, entender a fonte do sofrimento. Ninguém muda ninguém, não adianta eu ficar mudando o meu externo se internamente estou desorganizada psicologicamente”, aconselha. Ela ainda ressalta a importância da aceitação do envelhecimento corporal.
“A harmonização facial pode ser apreendida como uma experiência corporal significativa que possibilita transformações sociais e subjetivas da sua singularidade. A questão não é condenar esses procedimentos, mas sim a procura excessiva deles. Podemos utilizá-la ao nosso favor de uma maneira consciente e crítica”, finaliza.
Débora Marques é empresária e consultora de imagem e estilo. Hoje com 50 anos ela já realizou procedimentos como rinomodelação, MD codes — preenchimento facial — e até seções de Laser Lavieen. Para ela, que sempre trabalhou com imagem pessoal desde seu primeiro emprego de comissária de bordo, a experiência foi mais que positiva.
“A autoestima feminina está totalmente interligada aos cuidados com a imagem com o corpo e a pele. É extremamente importante sentirmos bem e felizes com ela, com a imagem que estamos comunicando ao outro”, reflete.
A empresária relembra que o primeiro ponto de partida foi a grande procura de profissionais até achar um de confiança. “É um trabalho de meses, fomos desenhando o meu desejo de imagem facial e aos poucos foi sendo realizado. Confesso que passar por estes procedimentos foi terapêutico, foi um resgate da autoestima e do meu bem-estar”, diz.
A profissional que acompanha Débora Marques é a dra. Heide Bitu, cirurgiã-dentista e mestra em harmonização orofacial. Para ela existe uma linha tênue entre o desejo por transformação e a necessidade de cuidados com a saúde mental do paciente. Além disso, para cada abordagem é colocado em destaque a particularidade de cada um.
“Se o profissional for capacitado ele terá sempre o cuidado e a cautela de respeitar a anatomia e fisiologia do paciente. Costumo dizer que a harmonização facial é 90% anatomia e 10% técnica, não adianta você ter uma técnica boa e você não respeitar a anatomia do paciente”, destaca.
Segundo ela, após os procedimentos o paciente tem que seguir alguns protocolos de cuidado que se diferencia para cada método aplicado. “Às vezes pedimos para o paciente ficar uma média de 3 a 4 horas sem dormir, sem massagear a face, sem treinar, evitar movimentos mais bruscos, não ficar pegando no rosto, evitar dormir de lado, entre outros”, esclarece.
A dra. Heide Bitu confirma também que o cenário atual já apresenta alguns procedimentos, conhecidos como down time, onde o paciente após o fim da realização já pode seguir de imediatado com suas atividades diárias.
“A medida que o paciente vai tendo a percepção dos resultados vamos intensificando o procedimento, mas sempre prezando pela naturalidade do paciente. A harmonização é aquele que o paciente olha e não sabe o que ele fez, mas sabe que ele melhorou, que ele tá mais harmônico, mais rejuvenescido. Essa é a verdadeira harmonização facial”, finaliza.
A experiência de Débora Marques serviu como influência para a sua filha Ana Julia, estudante de medicina, que sempre amou se arrumar e se cuidar. Desde muito nova alimentava o sonho de fazer rinoplastia, o qual se concretizou quando tinha apenas 16 anos. O preenchimento labial veio logo depois.
“Depois que apliquei Botox em pontos específicos e estratégicos do rosto, ele ficou com um aspecto de mais suave e ainda mais jovem. Recentemente comecei a fazer o Laser Lavieen, procedimento que ganhou meu coração, estou viciada”, comenta a jovem de 20 anos.
Ela explica estar sempre atenta no que realmente lhe incomoda, e que gosta de ter atenção aos detalhes do seu rosto. “Nunca tive uma experiência ruim, nunca tive uma chateação. Tem que procurar aquele profissional que se destaca pelo atendimento personalizado, que vai ver aquilo que é possível melhorar no seu rosto de forma que enaltecerá sua beleza”, finaliza.
Após o fim da pandemia de Covid-19, Mariana Michelini, influenciadora digital de 36 anos, ainda seguia com o uso da máscara. O motivo? Esconder os efeitos de um procedimento estético realizado no final de 2020.
Mariana fez uma harmonização facial com uma profissional de Matão (SP), cidade onde mora. Meses depois, ela sofreu com inchaços e dores. Como antibióticos e corticóides receitados por uma médica da sua cidade não fizeram efeito, Mariana procurou o médico dermatologista, o qual descobriu que o produto que tinha sido utilizado era PMMA.
O polimetilmetacrilato (PMMA) é uma substância plástica de caráter permanente, utilizada como preenchedor, às vezes de forma indiscriminada em função de seu baixo custo, podendo gerar reações adversas locais imprevisíveis, que geralmente surgem até anos após a aplicação.
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PMMA: profissionais alertam para os riscos e cuidados
O seu uso, apesar de ser liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Sua venda não é restrita, de modo que profissionais não médicos podem fazer aplicações.
A influencer fez um ano de tratamento, com laser, medicamentos e injeções de corticoide. Mas em maio de 2022, passou a ter muita dor no buço. Infelizmente, ela teve que passar por uma cirurgia de remoção do seu lábio superior.
“Os profissionais mais sérios do mercado hoje não usam nada de material permanente. Então a gente tem essa preocupação dos produtos que precisam ser absorvidos com até o máximo de um ano para não haver perigo e não correr o risco desse material ficar acoplado na face do paciente”, afirma a cirurgiã-dentista, dra. Heide Bitu
Três anos depois, Mariana Michelini iniciou as cirurgias para reconstruir seu rosto. Hoje, ela segue em processo de recuperação e processou a profissional que realizou o procedimento. O caso ainda segue na justiça.
Com mais de anos de experiência na área, a médica especialista em dermatologista, dra Melina Kichler, explica que os fatores que influenciam o custo da harmonização facial estão associados desde as perdas ósseas e volumétricas do rosto, como a sua assimetria e a flacidez da pele.
“Isso é muito importante porque se não os ajustes feitos não vão obter resultado naturais. Esses aspectos são o que vão impactar no custo desse procedimento”, esclarece. Ela ainda ressalta sobre o cuidado da reversão desse processo, já que hoje existe uma grande demanda de procura no mercado.
“Um dos mitos mais comum sobre a harmonização é que ele só precisa ser feito uma vez, e a gente sabe que todos esses procedimentos estéticos precisam de uma manutenção para manter os resultados. O outro é achar que pode ser revertido facilmente, e isso é um equívoco, porque requer várias sessões e até mesmo ultrassom”, alerta.
Já para a dra Eduarda Diógenes, dentista especialista em harmonização facial, é fundamental que os pacientes compreendam tanto os benefícios quanto os riscos antes de optar pelo procedimento.
“Como qualquer intervenção estética existem riscos e possíveis consequências como reações alérgicas, inchaço, hematomas, infecções, assimetria ou resultados indesejados, necrose tecidual e intervenções futuras. O mais importante é que o paciente esteja bem informado”, destaca.
Ela explica que o processo de recuperação varia conforme as técnicas utilizadas e as características individuais de cada paciente. “Após o procedimento o paciente pode esperar inchaço, hematomas, sensação de desconforto leve, resultados imediatos e progressivos, retoques e cuidados relativos à hidratação e alimentação”, diz.
A dentista ressalta também que o acompanhamento com o profissional é essencial durante esse processo, e que alguns tratamentos não podem ser revertidos imediatamente, como toxina botulínica. Além disso, ela explica a diferença entra a harmonização facial e a cirurgia plástica.
“A harmonização envolve procedimentos minimamente invasivos, trazendo um tratamento a nível celular, rejuvenescendo de dentro para fora, sem a necessidade de cortes ou longos períodos de recuperação. Já a cirurgia plástica é mais invasiva, exige anestesia, riscos cirúrgicos, sendo muito difícil a sua reversão”, conclui.
Você sabia?
A legislação atual prevê que harmonização facial pode ser feita por médicos dermatologistas, cirurgiões plásticos, dentistas especialistas na área (ao menos 500 horas de especialização, de acordo com norma do Conselho Federal de Odontologia), biomédicos e farmacêuticos — ambos com pós-graduação na área de Saúde Estética reconhecida pelo Ministério da Educação.
Quadro de informações segundo a médica esteticista dra. Jeovana Mourão.
Principais cuidados na harmonização facial:
1. Avaliação prévia com um profissional qualificado.
2. Realização de exames de saúde, caso necessário.
3. Informar sobre alergias ou reações adversas a substâncias.
4. Evitar o uso de anticoagulantes antes do procedimento.
5. Manter a pele limpa e hidratada após o procedimento.
6. Evitar exposição solar excessiva.
7. Não manipular ou massagear as áreas tratadas.
8. Seguir orientações pós-procedimento para evitar complicações.
Obs: Antes de realizar qualquer procedimento, certifique-se de que o profissional é qualificado e experiente. Não se deixe levar por promessas de resultados milagrosos e sempre busque uma segunda opinião, se necessário. Informe ao profissional sobre seu histórico de saúde, alergias e medicamentos em uso
Substâncias utilizadas:
1. Ácido hialurônico
2. Toxina botulínica (Botox)
3. Hidroxiapatita de cálcio
4. Ácido Polilático (Sculptra)
7. Fios de sustentação (PDO, PCL)
Riscos envolvidos:
1. Infecção
2. Edema (inchaço)
3. Hematomas
4. Reações alérgicas
5. Assimetria facial
6. Necrose tecidual
7. Dificuldade na movimentação muscular (no caso de toxina botulínica)
8. Migração de substâncias
Tratamento pós-procedimento:
1. Compressas geladas para reduzir o inchaço.
2. Medicamentos para dor, se necessário.
3. Evitar atividades físicas intensas nos primeiros dias.
4. Evitar massagens nas áreas tratadas.
5. Retorno ao profissional para acompanhamento.
6. Uso de protetor solar diário.
Doenças com contraindicação
1. Doenças autoimunes
2. Distúrbios de coagulação
3. Infecções ou doenças de pele
4. Gravidez e amamentação
5. Alergias a componentes dos produtos
6. Problemas neurológicos
7. Doenças cardiovasculares graves
Citação
A temática dessa reportagem ficou bastante em alta essa ano através do filme de terror “A Substância (2024)”. Na trama, Demi Moore é Elisabeth Sparkle, uma atriz de 50 anos com um programa de TV, que descobre que será substituída por uma pessoa mais jovem.
Agora, desesperada, ela usa uma substância misteriosa que a transforma temporariamente em uma versão jovem e aprimorada de si mesma, chamada Sue, interpretada por Margaret Qualley.
Com cenas chocantes e marcado pelo famoso “body horror”, horror corporal, a obra reforça os limites físicos, corporais e emocionais que as pessoas cruzam para alcançar um padrão de beleza. O filme consagrou com prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes 2024.
Jornadas de autocuidado
Débora Marques é empresária e consultora de imagem e estilo. Hoje, com 50 anos, ela já realizou procedimentos como rinomodelação, MD codes — preenchimento facial — e até seções de Laser Lavieen. Para ela, que sempre trabalhou com imagem pessoal desde o seu primeiro emprego de comissária de bordo, a experiência foi mais que positiva.
A empresária relembra que o primeiro ponto de partida foi a grande procura por profissionais, até achar um de sua confiança. "É um trabalho de meses, fomos desenhando o meu desejo de imagem facial e aos poucos foi sendo realizado. Confesso que passar por estes procedimentos foi terapêutico, foi um resgate da autoestima e do meu bem-estar", diz.
A profissional que acompanha Débora Marques é a cirurgiã-dentista e mestra em harmonização orofacial, Heide Bitu. Para ela existe uma linha tênue entre o desejo por transformação e a necessidade de cuidados com a saúde mental do paciente. Além disso, para cada abordagem é colocado em destaque a particularidade de cada um.
"Se o profissional for capacitado ele terá sempre o cuidado e a cautela para respeitar a anatomia e a fisiologia do paciente. Costumo dizer que a harmonização facial é 90% anatomia e 10% técnica, não adianta você ter uma técnica boa e você não respeitar a anatomia do paciente", destaca.
Segundo ela, após os procedimentos, o paciente tem que seguir alguns protocolos de cuidados que se diferenciam para cada método aplicado. "A medida que o paciente vai tendo a percepção dos resultados vamos intensificando o procedimento, mas sempre prezando pela naturalidade do paciente. Essa é a verdadeira harmonização facial", finaliza.
A experiência de Débora Marques serviu como influência para a sua filha Ana Julia, estudante de Medicina. Desde muito nova, ela alimentava o sonho de fazer rinoplastia, o qual se concretizou quando tinha apenas 16 anos. O preenchimento labial veio logo depois.
Ela explica que está sempre atenta no que realmente lhe incomoda, e que gosta de ter atenção aos detalhes do seu rosto. "Nunca tive uma experiência ruim, nunca tive uma chateação. Tem que procurar aquele profissional que se destaca pelo atendimento personalizado, que vai ver aquilo que é possível melhorar no seu rosto de forma que enaltecerá sua beleza", finaliza.
O caso de Mariana Michelini
Após o fim da pandemia de Covid-19, Mariana Michelini, influenciadora digital de 36 anos, ainda seguia com o uso da máscara. O motivo? Esconder os efeitos de um procedimento estético realizado no final de 2020.
Mariana fez uma harmonização facial com uma profissional de Matão (SP), cidade onde mora. Meses depois, ela sofreu com inchaços e dores. Como os antibióticos e os corticoides receitados por uma médica da sua cidade não fizeram efeito, Mariana procurou o médico dermatologista, o qual descobriu que o produto que tinha sido utilizado era PMMA.
O polimetilmetacrilato (PMMA) é uma substância plástica de caráter permanente, utilizada como preenchedor, às vezes de forma indiscriminada em função de seu baixo custo, podendo gerar reações adversas em locais imprevisíveis.
O seu uso, apesar de ser liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Sua venda não é restrita, de modo que profissionais não médicos podem fazer aplicações.
"Os profissionais mais sérios do mercado hoje não usam nada de material permanente. Temos essa preocupação com os produtos que precisam ser absorvidos em até um ano para não haver risco desse material ficar acoplado na face do paciente", afirma a cirurgiã-dentista, Heide Bitu.
Três anos depois, Mariana Michelini iniciou as cirurgias para reconstruir seu rosto. Hoje, ela segue em processo de recuperação e processou a profissional que realizou o procedimento.
Mito x Verdade
A médica dermatologista Melina Kichler explica alguns fatores que influenciam o custo da harmonização facial. Normalmente eles estão associados a questões desde as perdas ósseas e volumétricas do rosto, como a assimetria e a flacidez da pele.
"Esses aspectos vão impactar no custo dos procedimentos", esclarece. Ela ainda ressalta sobre o cuidado da reversão desse processo, já que hoje existe uma grande demanda de procura no mercado.
"Um dos mitos mais comuns sobre a harmonização é que ela só precisa ser feita uma vez; mas sabemos que todos esses procedimentos estéticos precisam de uma manutenção para os resultados. O outro é achar que pode ser revertido facilmente, e isso é um equívoco, porque requer várias sessões e até mesmo ultrassom", alerta.
Para Eduarda Diógenes, dentista especialista em harmonização facial, é fundamental que os pacientes compreendam tanto os benefícios quanto os riscos antes de optar pelo procedimento.
"Como qualquer intervenção estética existem riscos e possíveis consequências como reações alérgicas, inchaço, hematomas, infecções, assimetria ou resultados indesejados. Entre eles, necrose tecidual e intervenções futuras. O mais importante é que o paciente esteja bem informado", destaca.
Ela explica que o processo de recuperação varia conforme as técnicas utilizadas e as características individuais de cada paciente. "Após o procedimento, o paciente pode esperar inchaço, hematomas, sensação de desconforto leve, resultados imediatos e progressivos, retoques e cuidados relativos à hidratação e alimentação", diz.
A dentista ressalta também que o acompanhamento com o profissional é essencial durante esse processo. "A harmonização envolve procedimentos minimamente invasivos, trazendo um tratamento a nível celular, rejuvenescendo de dentro para fora, sem a necessidade de cortes ou longos períodos de recuperação. Já a cirurgia plástica é mais invasiva, exige anestesia, riscos cirúrgicos, sendo muito difícil a sua reversão", conclui.