A comissão encarregada de discutir saídas para o encerramento da paralisação dos policiais militares se reúne novamente hoje, a partir das 9 horas, na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE).
Formado por representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário, o grupo se encontrou no fim da noite desse sábado para debater os termos de um acordo esboçado com mediação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) e Defensoria Pública.
Participaram da rodada de negociação o procurador-geral do Estado, Juvêncio Vasconcelos; o presidente da OAB-CE, Erinaldo Dantas; a defensora-geral, Elizabeth Chagas; e o deputado estadual Evandro Leitão (PDT), designado como membro do Parlamento para compor o colegiado.
O documento que subsidiou os debates foi redigido no 18º Batalhão da PM durante toda a tarde de ontem. Ficou pronto após horas de debate com os policiais. Dividida em oito cláusulas, a minuta da proposta de acordo entre soldados e Governo do Estado tem o aval do comando da paralisação dos militares, da OAB e da Defensoria.
O POVO apurou que o ponto que se relaciona às punições dos agentes acabou emperrando as conversas, que serão retomadas neste domingo com a presença de interlocutores dos policiais. Entre eles, o vereador Sargento Reginauro (Pros).
À reportagem, Evandro Leitão disse que essa nova discussão se tratou apenas "de uma reunião interna da comissão", sem a presença dos representantes dos manifestantes. O deputado, no entanto, admitiu que a OAB apresentou os termos de uma proposta.
Dentro do Palácio da Abolição, a determinação é de vetar qualquer item no texto que possa ser interpretado publicamente como uma anistia. O pedido de um abrandamento de sanções continua entre os principais tópicos da pauta dos PMs.
Nesse sábado, a Assembleia aprovou regime de urgência para tramitação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que barra qualquer possibilidade de conceder anistia aos policiais que tenham aderido a um movimento para suspender os trabalhos.
Hoje, completam-se 13 dias desde que os militares tomaram batalhões na Capital e Interior. É a paralisação mais duradoura de PMs no Ceará. Em 2012, os policiais interromperam as atividades por seis dias. (Henrique Araújo)