Escolas e universidades não deverão voltar com aulas presenciais neste mês de agosto. Previstas para retornar a partir de 20 de julho, quando Fortaleza entrou na quarta e última fase do plano de retomada da economia, as atividades devem voltar na primeira semana de setembro. As informações foram anunciadas ontem, 1º, pelo governador Camilo Santana (PT) e pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT).
Os governantes anunciaram ainda que fases, formatos e protocolos serão definidos ao longo das próximas semanas. "Durante todo o mês de agosto faremos reuniões para definir protocolos, faseamento, monitoramento", disse Camilo Santana. Ele pontuou ainda que o retorno deve se dar de forma opcional. "Os pais e alunos terão a garantia da continuidade do atendimento remoto por conta das unidades escolares e universitárias", garantiu.
Roberto Cláudio lembrou ainda que "a pandemia não acabou". "Com o papel das escolas, professores, faculdades, gestores, entendemos a importância (do retorno das aulas), mas as reuniões do comitê levantaram preocupações", explicou. Para ele, a preparação das instituições e a capacidade de monitorar eventuais sintomas da Covid-19 em estudantes e funcionários devem ser prioritárias. "Por vezes, aconteceram incompreensões, mas a história está tratando de contar que a prioridade essencial dessas ações tem que ser sempre a saúde pública."
A decisão frustra expectativa de instituições particulares. O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE) esperava que parte das aulas presenciais retornassem na próxima segunda-feira, 3. Na semana passada, o sindicato lançou a campanha "Pelo direito de escolher", como forma de pressionar a liberação por parte do governo estadual.
Para a professora Lúcia Veras, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), a decisão de adiar a volta das aulas presenciais é sensata. "As aulas só podem voltar com a autorização das autoridades sanitárias, elas têm o conhecimento necessário para decidir quando será seguro", analisa. "Alguns países retomaram a atividade educacional muito cedo e tiveram uma segunda onda. Precisamos nos atentar a isso." Ela afirma ainda que um compromisso coletivo precisa ser construído para garantir a proteção à saúde de toda a comunidade escolar.
Em nota ao O POVO, a Secretaria da Educação (Seduc) afirmou que "protocolos de segurança sobre possível retomada já estão sendo organizados" e que "todas as decisões do Plano de Retomada são baseadas em estudos e relatórios realizados pelo comitê da saúde". Também por nota, a Secretaria Municipal da Educação (SME) explica que as aulas presenciais estavam suspensas até 31 de julho e que durante o mês de agosto acontecerá o período de férias para alunos e profissionais da Educação.
Prudência
Para Lúcia Veras, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), a decisão de adiar a volta das aulas presenciais é sensata. "As aulas só podem voltar com a autorização das autoridades sanitárias"