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Dois dedos de prosa com Altino Farias: é questão de tempo a Rota da Cachaça chegar ao Interior
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Dois dedos de prosa com Altino Farias: é questão de tempo a Rota da Cachaça chegar ao Interior

O proprietário da Embaixada da Cachaça e membro da confraria Cúpula da Cachaça conta do interesse de operadores de turismo para trazer o visitante de fora do País e levá-lo até Viçosa do Ceará
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Altino conta ainda da animação dos produtores com a visitação (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Altino conta ainda da animação dos produtores com a visitação

A cachaça deve ampliar a participação como atração turística do Ceará a partir da Rota da Cachaça, aposta Altino Farias. O proprietário da Embaixada da Cachaça e membro da confraria Cúpula da Cachaça conta que “é uma questão de tempo” para que o roteiro existente na Capital seja estendido para Viçosa do Ceará, a 418,2 km de Fortaleza. Três operadoras de turismo demonstram interesse em explorar esse negócio, inclusive, na atração do visitante internacional. Entre os produtores, o ânimo cresce após o destaque de uma marca local e a articulação deve contar com apoio de governos para tornar o ambiente propício para a expansão.

Hoje, 5 casas formam o roteiro: a Embaixada da Cachaça, O Cantinho do Frango, o Arupemba (dentro do Pirata), Giz e o Raimundo dos Queijos. “São propostas bem diferentes justamente para pegar vários perfis. Não é uma coisa que estourou, virou moda e tal, mas as pessoas estão indo e procurando. Às vezes chegam lá, ficam sabendo e se interessam de ir nas outras casas. Então, é um trabalho de criar a cultura”, conta. Confira os dois dedos de prosa com ele.

Qual a avaliação da Rota da Cachaça atual e que faz apostar nesse nicho?

A Rota da Cachaça foi uma iniciativa muito feliz da Secretaria de Turismo de Fortaleza porque explora essa parte da experiência, joga o turista e o interessado em geral para viver e também vai conferir nossa tradição em cachaça. O Ceará foi um grande produtor de cachaça entre as décadas de 1960, 1970 e meados de 1980. Tínhamos muitos pólos e muitas cachaças boas. Mas isso se perdeu no tempo.

Não teve um valor agregado atrativo e não possuía regulamentação nacional, assim, as famílias produtoras foram se desinteressando e as grandes tomando espaço. Mas o nosso momento atual é muito interessante em vários sentidos. Tem o turismo, que é uma iniciativa inédita no Brasil, e ainda ajuda a alavancar o processo de ressurgimento da indústria cachaceira. Tivemos, recentemente, a cachaça de Viçosa, a Aviador, que conquistou várias medalhas em concursos de destilados no Brasil e no exterior. Isso deu visibilidade grande ao Ceará e os outros produtores ficaram muito animados. Juntando isso tudo, estamos em um ambiente muito promissor.

Como está a articulação com Interior? Há planos para ampliar a Rota?

Os órgãos governamentais precisam entrar com algum tipo de apoio, mas há operadoras de turismo interessadas em explorar esse filão. Aqui em Fortaleza, nós temos uma empresa que quer vender pacotes para Rota da Cachaça no Exterior e o turista internacional já vem com isso no pacote. Então, aqui, ele vai ter uma van para o deslocamento e vai ser um programa dentro do pacote de turismo.

Existe outra operadora que pretende fazer a operação de vans entre as casas da Rota da Cachaça. Então, essa questão do mercado vai gerar oportunidades. Ainda há empresa que quer fazer a região de Viçosa do Ceará, o nosso maior pólo produtor de cachaça. Seriam pacotes para conhecer os alambiques de Viçosa.

E qual o interesse dos produtores?

Os produtores estão bem interessados, animados. Tenho mantido contato com alguns. Mas não pequenos alambiques, com produção limitada e precisam ir devagar. Acredito que com essa abertura de mercado que a cachaça Aviador conseguiu por essa medalhas, eles vão alavancar seus colegas e todo mundo vai querer aumentar a produção e começar a sair mais da toca para conquistar o mundo. Afinal, cachaça é uma bebida fantástica.

O que a gente pode projetar para o futuro?

A rota para Viçosa vai acontecer daqui a pouco. Tem muita gente interessada em operar, em ir. Chega lá, vai conhecer os alambiques, a região, é um turismo integrado porque é uma região que tem muita coisa para ver. E depois que abre a porteira, vai indo.

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