No sertão dos Inhamuns, o estrondo das primeiras explosões ecoou no fim de 2010 e mudou para sempre a rotina das comunidades rurais de Bandarro, Monteiro e Besouro, em Quiterianópolis, no Ceará.
O cenário de poeira marcou a chegada da mineradora chinesa Globest, que se instalou na Serra do Besouro prometendo empregos e desenvolvimento, conforme relata a professora e moradora Silvia Macedo, 49 anos. Mais de uma década depois, o que se vê é outro cenário: água escassa, paisagem alterada, poeira no ar e doenças relatadas pela população.
A empresa continuou ativa, com licença ambiental dada pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), mesmo com o descumprimento do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad), de janeiro deste ano até o dia 10 de outubro de 2025, quando finalmente teve todas as atividades embargadas.
O POVO recebeu a resposta do órgão estadual, por meio de nota no e-mail. O retorno veio após a publicação desta reportagem, no dia 5 de outubro. Ou seja, cinco dias depois de estar no ar o material, e 18 dias de quando o novo pedido de resposta foi realizado à Semace.