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Empresas mudam visão sobre contratar jovens para primeira experiência
Economia

Empresas mudam visão sobre contratar jovens para primeira experiência

Amadurecimento fez com que a Lei de Aprendizagem rendesse frutos positivos para empresas e jovens. Entrada no mercado acontece em várias áreas
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Foi-se o tempo em que a Lei de Aprendizagem não era bem recebida pelos empresários. O decreto de 2005 determina que empresas de médio a grande porte devem possuir uma parcela equivalente entre 5% e 15% de jovens em primeira experiência profissional. Agora, o mercado enxerga oportunidades e se readapta em momento de crise econômica.

Mesmo fechando quase 7 mil postos de trabalho neste ano - no comércio e na construção civil já são mais de 4 mil vagas a menos - cresce no Estado a procura por aprendizes e estagiários.

A especialista em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças no Ceará (Ibef-CE), Rafaelle Sobreira, analisa que, com o tempo, as empresas perceberam que essa é uma mão de obra boa e tem um custo diferente do que contratar um profissional fora da Lei. Oportunidades de aprendizagem e estágio se tornaram a principal porta de entrada para as empresas.

"Às vezes, um aprendiz consegue fazer o mesmo serviço de um assistente, dependendo do setor. Aí se começa a perceber que a contratação desses jovens vai além de servir para cumprir uma cota e eles perceberam que essa é uma ótima porta para entrada no mercado de trabalho", afirma. Acrescenta ainda que, com o amadurecimento da Lei de Aprendizagem, "as empresas perceberam que podem treinar para depois absorver essa mão de obra".

Quanto aos 20.800 candidatos apenas para as vagas de estágio, no primeiro semestre desde ano, o economista Alex Araújo avalia que as empresas estão enxergando vantagens neste tipo de contratação. "Várias empresas têm usado como uma forma de reduzir custos em alguns setores", ressalta.

O economista ainda diz que o estágio é fase importante para os jovens, pois permite a experimentação de diferentes atividades e atuação com gerações mais experientes. Isso é o que vivencia o universitário de Administração de Empresas pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Natanael Lima, 19.

Ele conta que já foi aprendiz por sete meses e saiu do contrato por ter de fazer um intercâmbio na Inglaterra. Hoje, no 4º semestre do curso, conseguiu vaga de estagiário no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

"É importante, pois esse é o primeiro passo para os jovens no trabalho. Estou numa área que gosto muito. Estou há pouco mais de duas semanas no CIEE. Tenho um incentivo maior. Trabalho com o que vejo na faculdade", comemora.

Sobre a possibilidade de contratação ao fim do estágio, Natanael se mostra esperançoso por ter exemplos positivos: "Tenho uma colega que passou um ano e meio que foi contratada. Isso me anima e espero o melhor", complementa. (Samuel Pimentel)

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