Três empresas entraram na disputa para realizar o estudo de exploração comercial do espigão da rua João Cordeiro, na Praia de Iracema, em Fortaleza. São elas: Consórcio Construcap (Vallya), KL Serviços de Engenharia e Yasser Holanda Advogados. Diferentemente da proposta inicial, o projeto não prevê mais uma roda-gigante aos moldes da London Eye, em Londres. Agora, a ideia é aproveitar o espaço para incorporar um mix de negócios que vão de bares, escritórios compartilhados a centro de convenções. A expectativa é que as obras iniciem no primeiro semestre de 2020.
As empresas interessadas devem apresentar a modelagem operacional, econômico-financeira, jurídica, socioambiental, engenharia e arquitetura para a instalação, gestão, operação e manutenção de empreendimentos. Conforme publicado no último dia 26 no Diário Oficial do Município (DOM), o prazo para a apresentação dos esboço é de 60 dias, a contar da data da publicação. Ou seja, até 22 de novembro. O valor máximo de ressarcimento é de R$ 1, 3 milhão, a ser pago pelo vencedor do edital.
Atualmente, o espigão da João Cordeiro tem 640 metros de extensão e é utilizado para lazer e esportes, além da contenção do avanço do mar e da possibilidade de vista panorâmica da orla. Para o local, o texto prevê o "plano de exploração comercial dos empreendimentos, envolvendo a concepção de um modelo de negócio que contemple a geração de receitas associadas a atividades de entretenimento e turismo, receitas comerciais (por exemplo, a exploração direta ou indireta de bares, lojas, restaurantes, centro comercial, exclusividade na venda de produtos, áreas patrocinadas, escritórios compartilhados, estacionamento e centro de convenções, etc.)".
Além disso, o projeto estima receitas geradas pela realização de eventos culturais ou de entretenimento (concertos, ativação de marcas em cadeiras, salas, equipamentos, pista, dentre outros. De acordo com o coordenador de Parcerias Público-Privadas e Concessões (PPPFor) de Fortaleza, Rodrigo Nogueira, a roda-gigante saiu do radar da Prefeitura em razão da inviabilidade econômica do plano apresentado. A empresa paulista Amuse-BR chegou a desenvolver um projeto orçado em R$ 120 milhões.
"Suspendemos e criamos essa novo Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). O que houve é que apenas uma empresa ficou interessada. Verificamos que o estudos deles não é viável, a conta não fechava", aponta. Ele acrescenta que não há uma exigência do tipo de equipamento. Os interessados terão liberdade para propor negócios e atividades de entretenimento na região. "Não sabemos o que será proposto. Pode ser que a empresa escolhida mostre algo que não pensamos. O que queremos é um projeto para estimular mais o turismo", afirma.
A PMI define que o empreendimento deverá ser referência para o turismo da Cidade, sendo atraente para o público em geral e a eventuais parceiros, buscando a maximização de sua ocupação e utilização. A administração deverá buscar diálogo com os usuários, moradores do entorno e com a sociedade. Além disso, precisarão apontar os possíveis impactos ambientais e considerar a integração funcional e urbanística com a área do entorno.
Para o economista Alcântara Macêdo, o investimento da iniciativa privada é importante para equilibrar a escassez de recursos do setor público e gerar efeitos socioeconômicos. "Um empreendimento como esse vai gerar um maior fluxo turístico, emprego e receita tributária", observa. Ele pondera, no entanto, que os estudos devem ser bem elaborados para que tenham capacidade de gerar retorno.
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Outros dois espigões das avenidas Rui Barbosa (na altura do Boteco Praia) e Desembargador Moreira (próximo ao Náutico Atlético Cearense) também terão a exploração econômica. As obras devem ser iniciadas a partir de dezembro deste ano e ser entregues em agosto de 2020. O local deve reunir um centro gastronômico.