Após mais de 74 dias de atraso, um terço dos repasses atrasados foi liberado para a faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que contempla famílias de baixa renda, foi liberado ontem para construtoras do Estado. A expectativa é que outro terço seja depositado hoje, de acordo com André Montenegro, presidente das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE).
Não há previsão de data para o pagamento da parcela restante. Na semana passada, um protesto reuniu empresários do setor no dia da visita a Fortaleza do ministro da Economia, Paulo Guedes.
De acordo com o Sinduscon-CE, o atraso do repasse de cerca de R$ 40 milhões prejudicou 20 construtoras locais e causou atrasos nas obras, diminuição de contratações de trabalhadores e a suspensão temporária da assinatura de novos contratos na faixa mais popular do programa. Ao contrário do que o diretor do departamento do FGTS do Ministério da Economia afirmou nesta semana, André Montenegro diz que a faixa 1 é importante e não deve ser menosprezada. "É de se admirar que ele tenha afirmado que a faixa 1 não tem futuro. Para se ter ideia da viabilidade do MCMV, a cada R$ 1 do orçamento geral da União investido no programa, cerca de R$ 5 entram nos cofres públicos, na forma de impostos recolhidos", calcula. "Não podemos também deixar de dar assistência à baixa renda, é uma questão moral. O MCMV não gera esse ônus todo que o governo diz e tem que continuar, pois é um caso de sucesso em relação à moradia no País", destaca.
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