Após ter começado o dia em queda, o dólar gradualmente escalou sobre o real até fechar ontem no maior valor nominal (sem contar a inflação) da história do Plano Real, em R$ 4,2055, uma alta de 0,29%.
A alta ocorre na esteira de uma procura sazonal por dólares no fim do ano, o que pressiona o câmbio. Além disso, com as tensões na América Latina e sem um noticiário doméstico que ajudasse o real, a moeda norte-americana acabou avançando ao patamar histórico.
A sessão de ontem foi negativa para moedas emergentes conforme pesaram dúvidas sobre a situação da guerra comercial entre EUA e China.
No Brasil, a força do dólar seguiu amparada pela falta de expectativa de considerável ingresso de capital no curto prazo, depois da frustração com a participação estrangeira no megaleilão de petróleo no início do mês.
Além disso, há baixa disposição no mercado de tomar qualquer risco em uma semana encurtada, em razão do feriado da Consciência Negra, amanhã. Com isso, a cotação deixou para trás o recorde anterior nominal para um fechamento - R$ 4,1957 registrado há mais de um ano, do dia 13 de setembro de 2018.
Geralmente, o espaço para queda do dólar ante o real no fim do ano já é sazonalmente limitado. Isso porque há um aumento da procura pela moeda norte-americana internamente, por parte de empresas e fundos que enviam remessas ao exterior.
Segundo operadores, os investidores testam o Banco Central para atuar aumentando a liquidez do mercado. A atuação do BC nessa época não é atípica.
Na segunda, no pico do dia, a moeda chegou a tocar os R$ 4,2090, mais de R$ 0,03 acima da mínima, atingida pela manhã, R$ 4,1702.
Após ter operado em terreno positivo, chegando a 107.519,18 pontos na máxima da sessão, o Ibovespa fechou em baixa moderada, de 0,27%, a 106.269,25 pontos.
Pela manhã, predominou o ajuste positivo ao desempenho das ADRs de empresas brasileiras em Nova York na sexta-feira, quando não houve negócios por aqui, no feriado da Proclamação da República. O avanço foi revertido à tarde, em dia no qual Wall Street ficou bem perto da estabilidade, ante a falta de avanço nas negociações comerciais entre EUA e China.
"De ontem (domingo) para hoje (segunda), nova injeção de liquidez pelo BC da China, em meio a um prolongado ciclo de afrouxamento monetário por lá, chama atenção para o desempenho da segunda maior economia, já em desaceleração pela falta de solução para a disputa comercial com os EUA", diz Renato Chaim, gestor na Arazul Capital. (Agência Estado)
Investidor
Investidores testam o Banco Central (BC) numa possível oferta de venda de moeda e pedem mais liquidez em uma época em que comumente há mais procura pela divisa norte-americana. Isso porque, no fim do ano, há um aumento de remessas de lucros por parte de empresas e fundos ao Exterior.