Além das tradicionais pesquisas e barganhas, os consumidores podem recorrer a outras alternativas para pagar menos pelos materiais escolares. Dentre elas, optar pela compra antecipada.
Sobretudo porque o gasto entra no bojo de tantas outras contas no início do ano, como a matrícula e os impostos sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
Por isso, a corrida por preços mais baixos já começa para alguns em dezembro. Com a demanda menor, há a facilidade de pechincha e, além disso, tem a possibilidade dos produtos estarem com valores inferiores aos de janeiro. Na tarde de ontem, no Centro da Cidade, já despontava a busca pelos materiais didáticos no entorno da Praça dos Leões, onde há uma concentração de quiosques de livros seminovos e papelarias.
"Como em janeiro tem mais demanda, ao antecipar, você evita concorrência. Quanto mais gente querendo consumir, mais difícil fica barganhar. O aumento da procura também puxa a alta do preço", explicou a professora do curso de Finanças e Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Alessandra Araújo.
Outro ponto é que artigos personalizados, com estampa de personagens, por exemplo, tendem a ser mais caros. A saída é substituir a maioria desses itens por outros com a mesma função, mas sem apelo estético. O ideal é explicar a realidade para os filhos, mostrar necessidade de troca e estabelecer acordos viáveis economicamente. "Às vezes, não levar a criança é melhor. É possível comprar coisas de qualidade sem que sejam de marcas", complementou.
Para quem utilizou esses instrumentos de corte de custo e ainda assim não conseguiu equilibrar as finanças, o 13º salário pode ajudar a não mexer na renda fixa. O consultor financeiro Raimundo Padilha pondera que o planejamento é fundamental e os pais devem fazer isso ao longo do ano. "Não é preciso eliminar produtos, é preciso especular e planejar", frisou.
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará informou que as listas escolares são liberadas por cada instituição de ensino, mas disse que é proibido o pedido de material coletivo. Segundo o assessor jurídico do Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon), a instituição deve apresentar o plano pedagógico e apontar a forma de utilização do que foi solicitado.
"Uma especificidade é a resma de papel. Quando é requisitada em pequena quantidade, pode estar na lista", informou.
A Diretora geral do Procon Fortaleza, Cláudia Santos, explica que a entidade já está na terceira fase de operação de fiscalização sobre os materiais escolares. A lista de preços será divulgada na primeira quinzena de janeiro. O consumidor que observar alguns dos itens vetados pode fazer a denúncia de forma anônima, no telefone 151 "A escola tem de disponibilizar o que é de uso coletivo, são insumos inerentes à prestação do serviço educacional que já é pago pelos pais por meio da mensalidade'", destacou.
Para a dona de casa Valdirene Nogueira, 38, esse é o momento ideal para obter descontos mais atrativos. Ela relata que percorre diversas lojas com a lista para poder comparar e pedir a cobertura da oferta. "Ali, me ofereceram 20% de abatimento à vista", disse, enquanto negociava.